Por Marcos Antônio da Silva – ARTE
VIVA - Santa Cruz do Inharé/RN
"ROTEANDO E CANTAROLANDO, LÁ
CHEGAMOS!"
"Nosso entusiasmo quando estamos a
participar de um encontro, tem inicio mesmo antes de chegarmos. Inicia-se
quanto vamos arrumar nossas tralhas, arrumar nossa querida Kombi, os papos, as
reflexões de como devemos participar enquanto grupo. Continua oras, pois,
quando estamos na estrada vendo e curtindo as velhas e outras novas paisagens
do nosso querido RN, do NORDESTE e/ou, outros estados. Fazendo novas ROTAS,
passando por lindas paisagens, serras incríveis, conhecendo novos lugares,
como: Patu e Olho D’água dos Borges. Depois de 4:30h, de viagem com muito riso,
entre Eu, Messias, Fabinho, André e Maueny, troca de ideias e reflexões, sobre
o ano que se encerra, chegamos a UMARIZAL/RN."
Grupo Comboio de Teatro - Natal/RN - Apresentação na Casa de Cultura |
"Ao adentrar a CASA DE CULTURA
POPULAR, daquela cidade, começa os abraços de velhas figuras, como Júnior
Santos, a turma do ARTE E RISO, CIRANDUIS, íamos sendo apresentados a novos
grupos e de brinde, fomos assistir a uma apresentação de um grupo só de
PALHAÇAS, grupo COMBOIO DE TEATRO, da cidade do natal/RN, olha só que magico!
Grupo, só de palhaças. É amigo, o ESCAMBITO ARTE PRA RUA, já dava suas caras.
Após as apresentações, fomos a Escola, onde ficará nosso alojamento, bolsa
desfeita, um pouco de macarronada no bucho, fomos á praça, para as
apresentações da noite."
"Inicia-se com um grupo de XAXADO,
o ENCANTOS, da cidade de Umarizal/RN, eita! Que a turma botou quente, em
seguida veio os palhaços-crianças do grupo CARAS CARAIBAS, também da cidade de
Umarizal/RN, que magia, fizeram a plateia sorrir de orelha a orelha e como no
passo de mágica, uma correria, o povo da plateia numa gritaria, eu, sem
entender nada, olhava para André, depois de alguns segundos, senti um pingo d´
àgua, aí caiu a ficha, a população corria com medo da tão esperada água (chuva)
no sertão Riograndense, não tinha outra coisa a fazer, se não, parar a
apresentação maravilhosa do grupo CARAS CARAIBAS, ajudar a galera do ARTE E
RISO a desmontar os equipamentos, lamentar, não podíamos, pois chuva é sempre
bem vinda, mas que fiquei doido pra continuar a assistir aqueles meninos e
meninas, bem como, assistir o ARTE E RISO, com a peça “MEU NOME É ZÉ”, há! Isso
fiquei. Com a chuva e cansado da viagem, optei por ir tirar um cochilo, não
participando assim, do ESCAMBAR daquela noite."
"Na manhã do Sábado, café no
bucho, Alfaia no gogo, fomos ao bosque, um lugar muito agradável, de contato
com a natureza. Já chegamos tocando coco, ciranda, a roda foi se formando, as
cantigas sendo ecoadas, vivências, dinâmicas e brincadeiras. Momento de muita
interação e fortalecimento do coletivo. Inicia-se um rápido bate papo e
encaminhamentos sobre o ESCAMBO de Icó/CE, que acontecerá em meados de janeiro
de 2016, entre um encaminhamento e outro, pausa, para se solidarizarmos com o
companheiro BERG, do Ciranduis, que vem sofrendo perseguição e ameaças em sua
cidade, por cobrar apenas direito e respeito com ele e com os seus, lamentável,
ainda vivermos essas situações. Antes de sair para arrumar o material da
apresentação, um abraço na turma do grupo PÃO DOCE DE COCO, da cidade de
Mossoró/RN, que tive o prazer de assistir seu espetáculo e bater um papo, em
Santa Cruz. Um prazer reencontrá-los."
"À tarde do sábado, enquanto a
turma ensaiava o cortejo, nós do Arte Viva, se dirigia a Casa de Cultura,
(local definido pela organização, para as apresentações, se prevenir da chuva,
era preciso), para montarmos os equipamentos de nossa apresentação, optamos por
ir mais sedo, para que assim pudéssemos participar também do cortejo. Material
montado, hora de invadir as Ruas de Umarizal/RN, com pernas de pau, malabares,
palhaços, percussão, atores, atrizes, sociedade, AVE RUA, cantigas, batuques e
alegria, muita alegria. Clima nublado, não demorou para a chuva começar a cair,
mesmo assim, o cortejo segue. Ao abrirmos uma roda, para novas intervenções
artísticas, tem inicio uma rajada de raios e trovões, ouve uma persistência,
mas com a também persistência da natureza, entendeu-se que deveríamos voltar e
procurar abrigo, eu, que tenho um medo danado de raios e trovões, coloquei a
alfaia nas costas e fiz carreira, a batucada ainda veio, cada um por sí, mas
eu, pé no mundo. Chegando na Casa de Cultura, decidiram parar as atividades,
voltando depois do jantar (avaliamos que essas paradas não são interessantes,
quebra o clima. As energias concentradas, tendem a nos abandonar)."
"Às 20:00h,
inicia-se as apresentações, mais uma vez os palhaços-crianças do grupo do grupo
CARAS CARAIBAS, por questão de justiça, vem encerrar sua apresentação iniciada
na noite da sexta, e não é, que os danados vieram com novos quadros e de igual
forma, a plateia sorriu de orelha a orelha. Em seguida entra o grupo MARÉ DE
ARTE, da cidade de Macau/RN, trabalho muito bom, desenvolvido com crianças,
jovens e adolescentes. Finalizando as apresentações, o ARTE VIVA, entra em
cena."
"De imediato começa a cena do
ESCAMBAR. Momento de troca, de cantigas, de conversas, de poesias, de brindar a
vida, a cultura, os saberes. Muito coco, maracatu, MPB, cantigas. O incansável
Júnior Santos, com seus resgastes históricos, relembrando os grandes momentos
vividos, com discurso conscientizador. Vara a madrugada e como íamos pegar a
estrada logo cedo, fui tentar tirar um cochilo, porém ainda, energizado.
Às 5:30h, do domingo, nos
levantamos, bolsa feita, material arrumado, é hora de pegar a estrada. Viria
novas rotas, novas cidades, novas paisagem, uma vez, que estávamos indo deixar
em Jardim de Piranhas/RN, o grande De Assis e sua filha. Começa as gargalhadas
dentro do carro, ainda contagiados pelo encontro, novos papos, avaliações.
Paradinha em Brejo do Cruz/PB, terra do saudoso Hugo Tavares e do Zé Ramalho,
inclusive, abandonado o seu centro que leva seu nome, fotos, registrando a
incrível serra, em meio à cidade. Estrada que segue, próxima parada, Jardim de
Piranhas/RN, cumprido com prazer a tarefa de deixar o amigo De Assis e sua
filha em casa, fomos a padaria do Santacruzense Ladiel, fazer um lanche, era
bolo, salgado, suco, no final das contas, o cabra se recusou a receber o
pagamento, ainda nos deu um paió de solda branca e preta. Há! Ainda pediu que
ficássemos, para desfrutar com ele, uma galinha caipira, agradecemos, mas, a
querida Santa Cruz e nossa amada família nos chamavam. Pé na estrada, muito
chão pela frente.
Lá para as tantas, mais uma
paradinha, desta vez, em CRUZETA/RN, nessas alturas, o bucho já estava com
roi-roi, paramos próximo ao um Moto Taxi. AMIGO! Onde encontramos uma carninha
assada com macaxeira? Perguntamos! Responde ele “Vcs dá a volta, vira a
esquerda, em frente à igreja, desce, aí pega a direita, em seguida, a esquerda,
aí vão ver a feira coberta, lá tem” Eu, perguntei! Quanto é a sua viagem até
lá? Só, dois reais, disse ele! Eu, homi, faça carreira. Moto Taxi eficiente,
foi logo se certificar se havia a carne, ligou para a senhora, ei fulano (não
me recordo o nome dela) tem carne aí? Tem, respondeu ela, coloque uma poção de
R$ 10,00, a Sra. Do outro lado da linha, “só coloco acima de R$ 15,00”, ele nos
repassou a informação e Fábio de Souza, mandou que fizesse carreira. Descemos,
mestres Messias pegou a viola, eu, o zabumba e pegue canções autorais, André
ainda levou um de seus reggae, era por volta das 11:00h, da manhã, o pouco povo
que ali passava, olhávamos com ar de ignorância (deviam proferir aquela velha
frase “e esses doidos, o que fazem?”) chegou o Moto taxi, pegamos a encomenda,
pagamos, de quebra demos dois pacotes de solda, uma branca, outra preta (que é
pra não haver discriminação), sem demora, pé na estrada. Era comendo,
conversando e de uma hora pra outra, começamos a querer rimar com o nada, essa
brincadeira rolou até Santa Cruz, era uma luta, para a rima sair legal, porém a
gargalhada era certa. Lembrei dos nobres Don Itanildo e Pierre, cabras bons de
rima. Passamos Acari, Currais Novos nessa toada. Ao chegar a nossa querida
Santa Cruz, vem a respiração aliviada de sempre, ao cruzar a ponte com destino
ao amado Bairro do Paraiso, a certeza que estávamos em casa. O nosso querido
Fábio de Souza, estava completando ano e sua esposa, já havia com nós e mais
alguns amigos, tramado um bolo surpresa, fizemos direitinho, o cabra não
desconfiou de nada, chegamos, abrimos a sede, tiramos algumas tralhas, sua
esposa, já havia trancado o povo dentro de casa, um calor desgraçado, e haja a
gente demorar, e haja o povo suar, quando ele abriu a porta, veio a cantiga de
sempre “PARABÉNS PRA VC”... abraços, aperto de mão. Minha querida Rita de
Cassia, estava lá com meu querido Sandinho, corri logo pra dar um abraço e um
xero neles.
E assim, foi meu ESCAMBITO ARTE
PRA RUA, Umarizal/RN, o resto foi sono, acordei na segunda, pra continuar a
rotina.
Até o próximo. E meu muito
obrigado a família ARTE VIVA, por tão bela viagem. Ao grupo ARTE E RISO, por
nós proporcionar esse encontro, ao mestre Júnior Santos, pelo os momentos de
aprendizado, bem como, a todo os grupos e artistas presentes."
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