Vamos curtir mais uma bela poesia que retrata bem o nosso interior, só que sem a seca e sem a fome, e sim, com muita arte e resistência que é a marca de todos nós nordestinos.
Essa foto é nossa visão do sertão:
Meus versos inda são do tempo
Que as coisas eram de graça:
Pano medido por vara,
Terra medida por braça,
E um cabelo da barba
Era uma letra na praça.
Já tive muito prazer,
Hoje só tenho agonia!
Não sinto porque sou cego,
Eu sinto é falta do guia!
Quando mamãe era viva,
Eu era um cego que via!
Uma morrinha no gado
É derrota em fazendeiro,
E um cavalo ruim
Derrota dum vaqueiro!
A derrota do país
É dever no estrangeiro!
Fui moço, hoje estou velho!
Pois o tempo tudo muda!
Já fui um dos cantadores
Chamado Deus nos acuda ...
Este que estão vendo aqui
Foi Zé Duda do Zumbi!
Hoje Zumbi do Zé Duda!
Fonte: jataovaqueiro.blogspot.com
Postado por Jardeu Amorim
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