Foto meramente ilustrativa e retirada da internet |
“No final da tarde do dia 17 de Março, quinta- feira, a Secretaria Executiva Regional I, foi palco de mais uma demonstração de racismo e preconceito institucional. Eu, José Soares, Funcionário do Orçamento Participativo da cidade de Fortaleza, Locado na SER I, a mais de três anos, fui abordado por um servidor aparentemente em seu estado físico e psicológico normal, com a seguinte pergunta: “- Você vai para onde?”
Eu, muito apressado por está atrasado para reunião do conselho do OP, respondi sem aprofundar o questionamento: “- Por quê?”
Depois de andar um pouco em direção a sala do Orçamento Participativo, a qual eu trabalho, ouvi a seguinte frase do senhor: “- Esse negro que parece uma mulherzinha respondeu por quê? Esse negro safado!”
Sem dá muita importância, continuei andando em direção a sala do OP.
Chegando na sala coloquei minhas coisas no armário, mas continuei ouvindo xingamentos por parte do servidor, que estava no andar de baixo da sala do OP, então fui até onde ele estava e chegando mais próximo foi possível ouvir mais claramente o que ele falava: “- Aquele negro, negro mesmo, e eu falo é negro.”
Então apareci no corredor onde ele discursava em auto e bom som, palavras racistas e preconceituosas.
Quando ele me viu, falou: “- Foi esse negro aqui!” E veio em minha direção.
Eu falei para ele: - “Você primeiro tem que me respeitar, por que isso é racismo”.
Ele falou: “- È racismo então pode me denunciar, me denuncie...” E frisou: “- Eu sou servidor público.”
Respondi: “ - Eu também sou Servidor Público!”
Ele então retrucou: “ - Eu sou da marinha me denuncie...”
Eu já um pouco alterado falei: “ - Você pode ser o que for seu merda”.
Foi quando uma pessoa falando que era Chefe do Patrimônio da Regional entrou no meio da conversa e falou que não admitia discussão dentro da regional.
E ele continuou falando: “- Me denuncie, me denuncie... Você quer saber meu nome?”
Eu, então falei que iria falar com o Secretario da regional.
Chegando ao Gabinete, não fui atendido pelo Secretário, mas o mesmo pediu para sua secretária falar que conversaríamos no dia seguinte.
Logo depois a chefe de gabinete foi à sala do OP e conversamos um pouco sobre o ocorrido.
São atitudes com essas, deste Servidor Público Municipal, que nos coloca para refletir sobre uma outra sociedade, mais justa, igualitária, sem preconceitos de Raça, Gênero e Classe Social.
Não se transforma o mundo se não somos capazes de transformarmos a nós mesmos!
Não posso calar diante desta brutalidade, desumana, egoísta e individualista, que infelizmente ainda acontece no cotidiano da sociedade. Jamais me calarei, nem me negarei a lutar contra qualquer tipo de injustiça no mundo. Estarei sempre preparado para gritar pela igualdade entre os homens e as mulheres, negros, brancos e índios.
Não devemos discriminar como os que nos discriminam, porém, não podemos nos silenciar por medo, por diplomacia ou educação. A força, a luta, o grito faz-se necessário diante de um preconceito, diante de uma discriminação.
Eu repudio toda e qualquer ação de preconceito, discriminação, indiferença, intolerância racial e religiosa! E espero que o responsável pela ação criminosa de preconceito racial e discriminação seja punido pelo seu ato”.
“A legislação brasileira (Lei Nº 7.716, de 5/1/89) estabelece pena de multa e prisão de até 5 anos para os crimesresultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”
Não dá mais, viver neste país
Com apartheid!
Queremos paz, andar pela cidade
Sem sermos vistos com marginais …
José Soares
Meus olhos são iguais aos teus
O que difere os meus dos teus
É que o teu é azul- claro
E o meu escureceu ...
José Soares
Francisco José da Silva Soares
Fortaleza, 17 de Março de 2011
Postado por Jardeu Amorim
AriFilho | 20 de março de 2011 às 21:43
Eu também repudio toda sorte de manifestações preconceituosas/racistas.
Arimatéia Moura Filho
TENSO! | 25 de março de 2011 às 22:36
Parceria tensoepouco.blogspot.com