A Cia. Arte e Riso deseja a todos seu amigos um:


"Feliz Ano Novo

Glückliches Neues Jahr
Nytar
Feliz Año Nuevo
Felicigan Novan Jaron
Heureuse Nouvelle Année
Feliz Aninovo
Shaná Tová
Happy New Year
Felice Nuovo Anno
Akemashite Omedetou Gozaimasu"

Desconhecido 


"Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos."  
 
Luís de Camões
Cortejo pelas ruas do centro de Umarizal para divulgação do espetáculo "O Fuxiqueiro"
Desde criança sempre gostei de escrever em meus diários para registras as coisas que aconteciam na minha vida. Hoje tenho todos eles guardados e sempre que quero recordar de como as coisas foram eu vou até lá e relembro por meio das palavras.

Hoje acordei com vontade de escrever em um diário, pra dizer como meu fim de semana foi legal. Mas eu não tenho mais diário. Então escrevo aqui mesmo.


Atores da Cia. Arte e Ação da cidade de Messias Targino - RN

Nesse fim de semana (dias 14, 15 e 16 e dezembro de 2012) aconteceu em Umarizal o VII Arte pra rua. E como é bom se sentir viva no meio disso tudo!


Palhaços da Cia. Ciranduís de Janduís em frente a Igreja de São José - Foto: Ciranduís

No primeiro dia já cheguei com o barco andando. No patamar da Igreja São José os meninos do Ciranduís e do Arte e ação estavam distribuindo gargalhadas entre as gentes que se amontoaram para ver os espetáculos.

Apresentação do espetáculo "O Maníaco do Prato" Foto: Cia. Ciranduís

Em seguida foi a apresentação de nosso grupo (e veja com que orgulho o chamo de nosso!), O Maníaco do prato, como sempre arrasando! Serginho como arauto, Leo (Nego preto), Jardeu (Galego), Rose Oliver (Soldado 01) e Denny (Soldado 24). Sempre mantendo o ritmo, segurando a onda e fazendo do texto sempre uma novidade! Amei!

Na sequência, aquela sopinha me esperando na casa de minha família querida (com minha sogra, sogro, cunhada e sobrinha), uma delícia!!!

E não parou por aí! Fomos então para a “praça dos mototáxis” (a nova praça da cidade, chamada João Florêncio) que eu sempre vou chamar de “A pracinha de Gegê”). E lá os meninos do Culturarte deram um espetáculo. A criatura superando o criador (hahaha) Emanuel Coringa (responsável pela montagem do espetáculo), que levou uma surra do mais novo palhaço da cidade, o Graveto (Adson Medeiros)!!! Bem feitoooo! O “Mamãe eu quero ser” foi massa! As meninas (Luzia e Priscila), no quadro da dancinha, Denny e Vitor fazendo as lavadeiras... Só quem perdeu é quem não viu!

No segundo dia de encontro começaram a aparecer os atropelos. Organizar eventos dessa natureza é sempre uma coisa delicada e exige muito cuidado. Nas palavras de Ray : Cuidar do outro é cuidar de mim!

 
Atores do espetáculo "Mamãe, eu quero ser!" Resultado da Oficina "Palhaceando a Rua"
do Ponto de Cultura Umari Cultural

Acordei cedo pra ir com Gardênia e Denny providenciar o café dos meninos de Messias Targino. Tínhamos um cortejo programado para às 9h. Impossível! Com aquela Lua de Umarizal quem é que vai pra rua tocar tambor e cantar cirandas? Não rolou meeesmo!

De tarde o Coletivo Fulô (recém nascido), se retirou para um ensaio, do jeito que a gente gosta, lá no Santuário, do grande amigo Júnior de Nequinho. Patrícia Caetano, Oninho Roots, Joelson de Souto (meu amor) e eu montamos um repertório de coco, samba de roda e ciranda para apresentar à noite.

Durante à tarde teve também a apresentação dos meninos de Messias Targino – RN. O grupo Arte e Ação fez mais de suas palhaçadas junto com os palhaços do Arte & riso e Culturarte.
Então chegou a noite e nós, do Coletivo Fulô, seguimos para a praça de Gegê onde seria nossa apresentação... Mais problemas, desarticulações, e a apresentação não aconteceu... Naquele momento! Pois de lá seguimos para a praça da Igreja Matriz, e fizemos o primeiro coco de mesa que se tem notícia na história. Com os amigos em volta, Raphael, Junior de Nequinho, Rosana, Alisson, Elvis, Serginho, Emanuel Coringa, Emanoel de Luélia e ela mesma, entre outros transeuntes que circularam pela nossa mesa... Sem falar na grande amiga Jocelly, de longas datas e de sempre, que finalmente, agora alforriada, conheceu Umarizal! 

 
Momento de Cocadas, poesias, bate papos e muita descontração

Domingo, último dia! Já acordei com saudade. Tinha uma reunião marcada para as duas da tarde. Sinceramente, este foi um dos melhores momentos do encontro para mim. Poder conversar abertamente sobre arte e sobre o nosso movimento com aqueles que estão juntos na história é sempre um ganho imensurável.
Avaliamos o VII Arte pra rua, o andamento do grupo, o movimento escambo e encaminhamos as atividades pra começar 2013 com muita arte!

Vamos ao escambo de Fortaleza? Vamos sim! Umarizal está disposto a se juntar nesse escambo e fazer as trocas de sempre. Vamos nos articulando por aqui para isso!

Segunda semana de janeiro o Arte e riso está organizando mais um “retiro cultural”, provavelmente na serra de Martins – RN. Na casa do amigo e apoiador de sempre Thales Henrique. (Ele ainda nem sabe disso, mas já vamos confiando... hehehe). Nessa ocasião queremos montar o novo espetáculo que está querendo sair faz tempo... O Amor Rima com Riso. Convidamos o Culturarte para se juntar a nós nessa semana. Certeza, vai ser muito bom!

Depois da reunião seguimos em um cortejo, pequeno, pelo centro, com o Ciranduís, Arte e riso, Coletivo Fulô e Culturarte. Daí então já entramos no clima para as apresentações que fecharam nosso evento.

 
Atores da Cia. Ciranduís, Cia Culturate e Cia. Arte e Riso durante cortejo de divulgação

No patamar da Igreja Matriz o Ciranduís nos agraciou com “O fuxiqueiro”, gerando boas gargalhadas de pessoas de todas as idades que rapidamente formaram a roda ansiosos pelo teatro!

 
Espetáculo "O Fuxiqueiro" Cia. Ciranduís da cidade de Janduís

E para fechar com chave de ouro, o Coletivo Fulô agitou com o espetáculo musical Cocada do Sertão ao Litoral. Oninho Roots no pandeiro, Joelson de Souto na alfaia e vocal, Patrícia Caetano e Maísy de Souto (eu), nos vocais, ganzá e puxando o coco de roda, botando o povo pra dançar e alegrar o fim do domingo! Finalizamos com uma linda ciranda no patamar da igreja. E o que ficou? A vontade do próximo encontro!

Coletivo Fulô (Maisy Souto, Patrícia Caetano, Jonas Onim e Joelson de Souto) 

E é nessa expectativa que encerramos mais um ano, tentando escapar de tantas responsabilidades que nos sufocam dia após dia e que vai tirando da gente o tempo, a disposição de fazer arte! Ainda bem que a gente tem um ao outro, e nesse movimento criamos força e resistência para continuar existindo. Na arte, pela arte.


Maisy de Souto (Arte e Riso) e Lindemberg Bezerra (Ciranduís - Janduis)



PELAS RUAS DE UMARIZAL, NA PRAÇA JOÃO FLORÊNCIO E EM FRENTE A IGREJA SÃO JOSÉ. 



VENHA PARTICIPAR DESSE EVENTO QUE PROMOVEMOS TODOS OS ANOS PARA TODOS OS UMARIZALENSES. 

Programação Cultural:

Sexta :
17:00 - No bairro São José, em frente a igreja de São José, apresentação do espetáculo "O MANÍACO DO PRATO" da  Cia Arte e Riso e espetáculo do Grupo Arte e Ação de Messias Targino. 

21:00h - Sarau poético na Praça João Florêncio no centro de Umarizal.

Sábado:

09:00h -  Cortejo artístico e apresentações pelo centro da cidade de Umarizal.

14:00h – Variété no Bosque Municipal Anatilde Dias. 

17:00h - Apresentações de Finalização do Ponto de Cultura: 
Espetáculo: Mamãe, quero ser! apresentação da oficina de Cordel e palhaços na praça João Florêncio no centro de Umarizal.

Domingo:

21:00: Apresentação do espetáculo "O FUXIQUEIRO" da Cia. Ciranduis da cidade de Janduís, logo após a missa, enfrente a igreja do Sagrado Coração de Jesus.



LUIZ GONZAGA POR DALINHA CATUNDA
*
Gonzaga com o seu canto
Cativou esta nação.
Invadiu serra e sertão.
Cantou o riso e o pranto
Seu forró foi acalanto
Trilha de tanto fadário
Cem anos no calendário
Completa Luiz Gonzaga,
Que sua gente inda afaga
Com o seu canto lendário
*
Dalinha Catunda/Cadeira 25/ABLC

Do blog: Jatão Vaqueiro
Palhaço Gravatinha (Jardeu Amorim) e Palhaço "Nego Doido" (Wilian Miranda)

A Cia. Arte e Riso esteve presente na cidade de Messias Targino no último dia 30 de novembro, para participar da inauguração de mais uma loja da Rede Lajedo, dessa vez foi na loja do empresário "Chico da Galinha", que fez a festa na cidade com música ao vivo, entrega de brindes durante todo o dia e muita animação. Quem estiveram também fazendo a festa da garotada foram os representantes da distribuidora Riograndense Wilian Miranda e Fabiano Silva. Foi uma bela festa. 

Veja algumas imagens:






A Cia. Arte e Riso apresentou na última sexta-feira a noite o espetáculo “O Maníaco do Prato” durante a programação do 8º ENCUC – Encontro Universitário de Contabilidade, realizado na cidade de Patú/RN.


O evento foi uma realização do departamento de Contábeis da UERN, com uma programação diversificada com palestras, debates, apresentações culturais e shows musicais durante os três dias do encontro, e contou com presenças ilustres como a do Reitor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte o professor Milton Marques. 


A apresentação da Cia. Arte e Riso agradou a todos os presentes no evento e recebeu diversos elogios. Veja mais imagens:





Fotos Patu News
Imagem ilustrativa retirada da internet - divulgação

Um pouco da história do Palhaço

Traçar a história do palhaço é contar como o circo nasceu, a arte de espetáculo e entretenimento mais antiga que existe no mundo.

A data de seu surgimento ninguém sabe ao certo, mas seus fundadores foram os povos nômades.

Pesquisas feitas com pinturas de cerca de 5.000 anos na China, mostram algumas figuras de acrobatas e equilibristas.

A partir dessa descoberta, surge a hipótese de que o circo tenha nascido em terras chinesas. Outra evidência disso é que na época, os guerreiros utilizavam a acrobacia como forma de treinamento para dar mais agilidade e força durante as guerras.

Bobo da Corte - Imagem retirada da internet
Já o palhaço vem da antiga função que tinha o bobo da corte de fazer o Rei se divertir. O bobo da corte surgiu há mais de 2.500 anos antes de Cristo e de acordo com o Ministério dos palhaços foi durante a Dinastia do Faraó Dadkeri-Assi que o bobo da corte começou suas primeiras atividades como profissão.

A Comédia Del Arte, que surgiu na Europa na Itália no século XVI, acabou por utilizar o modelo do bobo da corte, para criar seus espetáculos.

Máscaras divertidas e diferentes, roupas largas e sapatos engraçados foram as características mais marcantes das comédias produzidas por esses grupos de teatro.

Além das típicas piadas criadas para divertir o público, com uma pitada de sarcasmo e até romantismo.

A fusão entre o bobo da corte, os atores da Comédia Del Arte e o Circo, acabou dando origem ao palhaço que conhecemos hoje. Sua história é um misto de criatividade, evolução e mudanças.

Fonte: www.fca.pucminas.br

Cia. Arte e Riso -Comemorações  natalinas - Patú/RN (2011)
O ditado "Rir é o melhor remédio" é hoje considerado verdadeiro pelos cientistas, que afirmam com seriedade que o riso traz benefícios ao ser humano.

Em todos os tempos, a pessoa que provocava o riso na população teve destaque na história.

Na Idade Média, o rei e sua corte divertiam-se com o bobo, figura indispensável nas festas. O bobo da corte usava roupas de cores berrantes e um chapéu colorido, cheio de pontas e de guizos. À guiza de cetro, segurava uma vara também cheia de guizos.

Ele a brandia contra aqueles que dele riam e zombava de todos com suas momices, dizendo verdade que ninguém tinha coragem de expressar. Adorado pelo povo e respeitado pelos fidalgos e pelo rei, o bobo da corte tinha livre trânsito em todos os lugares. Era sempre o centro das atenções ao dar saltos, contar anedotas, cantar ou declamar versos de grandes autores. 

O palhaço moderno, uma versão do bobo da corte da Idade Média, surgiu na Inglaterra no século XVIII. Para alguns pesquisadores, ele surgiu das brincadeiras zombeteiras feitas sobre os camponeses ingleses, que iam à cidade com roupas muito coloridas.

Para outros, um dos primeiros palhaços talvez tenha sido um bêbado de nariz avermelhado e roupas largas, que trabalhava num circo dirigido por um oficial inglês da Cavalaria Britânica. Deu tantos tropeções, que atraiu a atenção do público e do dono do circo, que o contratou para as apresentações.

Foto divulgação - Palhaça Itinha - Rayssa Beatriz - Cia. Arte e Riso 
Ser palhaço exige técnica: a técnica de fazer rir, pois o palhaço é a alegria personificada. Por isso, os palhaços se vestem de forma excêntrica: calças largas, sapatos enormes, chapéus grotescos, cabeleiras coloridas, camisa ou paletó extravagante, mas com um detalhe imprescindível: o nariz vermelho.

No Brasil, a terapia do riso tem nomes famosos como os dos queridos e inesquecíveis palhaços Piolin, Arrelia, Carequinha, Fuzarca,Pimentinha, Torresmo, Pururuca, Picolino, mais recentemente temos o Biriba, Bozo, Atchim e Espirro, Tiririca, Patati, e Patata, a turma do comando maluco, já por perto o saudoso mestre Pimenta no CE, Babalú, Fuxiquinho, Xeirozinho, Chuveirinho, Relampinho, entre outros.

Os bordões "Como vai? Como vai? Como vai? Como vai? Como vai, vai, vai?", "Eu vou bem, eu vou bem, eu vou bem! Muito bem, muito bem, bem, bem!", de Arrelia, e "Tá certo ou não tá?", de Carequinha, sempre estarão presentes na lembrança de todos aqueles que se divertiram com as pantomimas desses dois maravilhosos palhaços que fizeram sucesso nos circos e na TV do Brasil.

Hoje, há escolas que ensinam a técnica de fazer rir - como o Circo-escola Picadeiro, fundado pelo palhaço Picolino , bem como legislação que dispõe sobre a profissão de palhaço (lei no 6.533, de 24/5/78, e decreto 82.385, de 5/10/1978, assinados pelo presidente Ernesto Geisel).

Em Natal temos a Escola Potiguar de Circo " Circo Grock" que está em turnê pelo interior do estado.

Referências:
Datas comemorativas: cívicas e históricas
Fonte: www.paulinas.org
Via: http://www.portalsaofrancisco.com.br

Foto: Cia. Arte e Riso - Espetáculo "O Maníaco do Prato" Assú/RN - 2010

No dia 10 de dezembro é comemorado em todo o mundo o dia internacional do Palhaço. No Brasil comemoramos o dia nacional da categoria também no dia 27 de março. Pois bem, ainda bem que somos lembrados oficialmente em duas datas ao longo do ano. Mas, o importante para nós é não sair da memória dos que nos assistem, deixando uma impressão de que o mundo não é só tristeza e que temos muito a comemorar e principalmente a sorrir.

Assim postamos homenagem a todos os que insistem em viver essa magnífica arte de fazer o outro rir. Parabéns a todos os palhaços de Umarizal, do Escambo, do Brasil e do Mundo.

Parabéns para nós!!!!!

DOIS LADOS DO PICADEIRO

O circo hoje pegou fogo
E o palhaço quem mais se queimou
Quem sempre fez rir a platéia
Hoje foi quem mais chorou
O trapezista caiu do trapézio
A bailarina errou o passo
E com dor no coração
Não sei mais nem o que faço
Se pinto de novo o meu rosto
Ensaio de novo esse passo
Se subo naquele trapézio
E da platéia arranco o aplauso
É andando na corda bamba
Que o circo vai se reconstruindo
E o palhaço que vinha triste, chorando
Hoje já vem sorrindo
Passando alegria pro povo
E o povo retribuindo
E tendo fim o espetáculo
O povo de pé o aplaudindo.

Léo Alves - Cia. Arte e Riso

Foto: Cleydson Catarina - retirada do endereço: http://www.facebook.com

MINHA ARTE NÃO SÃO PARA OS MESTRE E NEM PARA OS SÁBIOS. NA VERDADE MINHA ARTE É PARA O SONHADORES COLETIVOS , E COLETIVO DE VERDADE NA PRÁTICA DE CADA DIA , E DOS ARTISTA DE RUA , QUE FAZ ARTE NA SUA RUA E NA RUA DO OUTRO. 

NÃO QUERO PALAVRAS BONITAS, ESCRITAS BEM FEITAS... NÃO QUERO MESMO E NEM SEI FAZER ESSAS COISAS, E HOJE NÃO TENHO VERGONHA DE DIZER QUE NÃO SEI... POIS MINHA ALFABETIZAÇÃO FOI BRINCAR DE TEATRO NO QUINTAL DE MINHA CASA. E HOJE SOU UM BRINCANTE ANDANTE EM OUTROS QUINTAIS, PARA BRINCAR COM ALMA, LIVRES DE PENSAMENTOS DOS MESTRES E DOS SÁBIOS.

Cleydson Catarina é brincante popular, poeta, ator, autor, facilitador cênico, cantor, figurinista, maquiador, artesão, bonequeiro e muito mais. 
Pesquisando sobre nossas ações enquanto artistas, educadores e escambistas encontramos a seguinte aula:

Por Ray Lima e Marcelo Olíímpio*

Poeta Ray Lima - Foto: www.cenopoesiadobrasil.blogspot.com.b

De início, pensamos que a idéia de estabelecer um diálogo a partir de perguntas e respostas poderia inibir ou travar o ritmo espontâneo da troca, da reflexão crítica. Por esse motivo optamos pela conversa fluida, pela escuta e pela escrita, nos proporcionando situações em que o pensamento flui a partir das provocações e dos rebatimentos contínuos. Enfim, a idéia foi transformar o ato de pensar em algo livre e prazeroso como um jogo de muitos gols, mas sem caneladas, jogadas maldosas nem contusões, que gera prazer e a alegria de quem está produzindo e compartilhando com os companheiros e a torcida a um só tempo. 

Outro aspecto motivador e desafiador foi também a possibilidade de construir um texto coletivo (em dupla). Dessa forma, a conversa foi iniciada com a discussão de que a arte e a cultura são elementos fundamentais no processo de desenvolvimento da educação. Ou seja, a arte deve ser compreendida como algo muito maior que um recurso didático ou pedagógico. Ela pode representar uma visão de mundo, como pode ser o próprio modo orientador da pedagogia, neste caso, “a educação da pedagogia.” 
Apoiados em experiências concretas podemos dizer que a arte tem propiciado a produção de saberes coletivos e individuais, de maneira crítica e criativa, capazes de alterar não apenas as visões, mas também as práticas políticas e pedagógicas no âmbito da comunidade escolar e fora dela, em seus entornos, a partir de mudanças sentidas nas crianças, em educadores e até em algumas famílias. 

As reflexões acima funcionam, de outra forma, como uma ótima provocação. E daí o diálogo segue através da fala que explicita a importância da arte na formação do indivíduo. Consideramos que não sendo artista, senão apreciador da arte, a alfabetização artística pode servir como referência decisiva na construção e reconstrução de processos de vida, levando-se em conta que o que parece um fim não é mais que um novo começo. Portanto, a caminhada das curiosidades e inquietações segue ainda mais estimulante. Como diz o poeta: 

(1) 
“ se tudo, como dizem, 
já foi feito e dito, 
o que nos resta, 
senão ralar no infinito”. 

Nesta direção, a arte é vista como indispensável para a formação do cidadão, inclusive para as práticas sociais e para o trabalho. Entretanto, apesar do anseio de pensadores, arte-educadores, educadores populares e sociais de incorporar a arte de maneira mais sistemática no trabalho de formação para a cidadania não existe a convicção e a firmeza de outros setores da sociedade, e mesmo no meio educacional, de que esta seja o motor principal de um processo educativo, embora seja aqui compreendida como imprescindível, tanto quanto outros conhecimentos e recursos pedagógicos que contribuem para a formação integral do indivíduo. 

Por outro lado, despertam as contradições de nossa conversa quando percebemos que a convicção a que nos referimos anteriormente é toda vivência, demais advinda das práticas cotidianas de um viver artístico cotidiano e vivencial inegável. E ela vai se construindo e assumindo um sentido estético, filosófico, cultural e coletivo, não só da parte dos artistas, mas da parte dos educadores praticantes, sejam eles formais ou informais. 

Para que haja aprendizagens com prazer e alegria cabe ao artista transformar-se e/ou reconhecer-se como educador, e o educador transformar-se e/ou reconhecer-se como artista. E isto, de algum modo, tem mexido com a educação em alguns municípios ao longo do tempo como Janduís-RN, Icapuí-CE, Aracati-CE e mais recentemente Maracanaú-CE, para darmos exemplos concretos. Constatam-se na experiência educacional desses municípios transformações no comportamento de muitos educadores, gestores e estudantes impulsionados por ações estratégicas como: Recriança, Escambo Teatral de Rua e Caminho do Mato; Escola de Arte e Esporte e Showniões; Programa Zumbi de Desenvolvimento das Aprendizagens; e Escola Zumbi, respectivamente. Todas essas estratégias quando vinculadas às Políticas Públicas Locais, principalmente às de Educação e Cultura, abriram muitos canais de participação e empoderamento da população. 
Diante disso, vêm à tona reflexões ou indagações tais como: o público que não consegue ser público é porque tem os seus senhores? Está feudalizado? Se educar é uma arte, a arte de educar é a arte dos vínculos, ao dispor de elementos de distanciamento e de integração capazes de unir e fazer as pessoas pensarem juntas. Nada mais dramático, teatral do que o ato de educar. Se é assim, por que na maioria das vezes isto não acontece no mundo dasinstituições públicas, principalmente no interior das escolas? O que a arte vinculada à educação tem a ver com políticas ou metodologias de trabalhos centrados na adolescência e na juventude? Em que medida as linguagens artísticas podem contribuir na efetiva qualificação das aprendizagens e na melhoria da qualidade das relações humanas no território da educação formal? Que papel tem exercido e ainda pode exercer a arte na definição e no comportamento das sociedades, bem como na evolução das civilizações? 
Bem, não chegamos a nenhuma conclusão, mas sentimos que estas questões, esses temas estão impregnados de cotidianidade, carecendo de um maior aprofundamento. (2) 
“Pois é. O cotidiano. O danado do cotidiano nasce e morre, fixa e remove. O cotidiano pai e padrasto. O que nos faz rei do enredo e súdito da história. O que torna viva a lembrança do momento vivido e refém da memória adormecida do esquecimento. No cotidiano somos e não somos sujeitos da história; inventamos e somos reinventados; somos dele sujeito e objeto.Nele se instalam a vida e a morte; a ditadura e a democracia; o retrocesso e a revolução. Nele o tempo dispara em ritmo veloz e também repousa. Não temos tempo. O marco é zero. A vida estica e diminui. A vida é de todos e de ninguém. No cotidiano perdemo-nos de nós e, ao mesmo tempo podemos encontrar ou reconstruir nossa identidade. Consumimos e somos consumidos pelo tempo-espaço da cotidianidade...” 

Neste momento, o diálogo muda de rumo e corta a fala do poeta o tema da educação focada no trabalho. O fato é que as mudanças tecnológicas, em particular a reestruturação produtiva ou a desestruturação do trabalho no mundo atual, obrigam-nos a fazer uma pergunta: que formação podemos propor ou direcionar para a juventude, partindo dos processos educativos estabelecidos? Sabemos que a cada dia há uma redução da oferta de postos de trabalhos. O mercado torna-se cada dia mais seletivo e incorpora requisitos para o trabalhador, como por exemplo, saber trabalhar em grupo, inteligência emocional entre outros aspectos não reconhecidos em concepções que antes orientavam os modelos taylorista, fordista, tonando-se infinitamente mais excludente. Em outras palavras: 
(3) 
- morreu fulano de tal! 
morreu fulano de tal nas portas 
da multinacional 
onde o letreiro dizia: 
“ não há vagas” “não insista” 
“não perturbe” não persista” 
................................................ 
é ovo frito é britadeira 
É feijão é carrapeta 
É rapadura é estilheira 
é carne dura é cantoneira 
é o ditador é a trincheira 

A desestruturação do trabalho joga uma grande parcela de trabalhadores para a informalidade, esta cada dia mais crescente, porém muito marginal, o que nos leva a experimentar novas formas de organização do trabalho e apresentar-se como alternativa ao capitalismo quando assume um caráter de economia solidária. 

O mercado formal a partir do estabelecimento de novas exigências e o informal com a abertura de novas possibilidades, tem proporcionado uma certa diminuição do preconceito de reconhecer a arte como um fator importante para o desenvolvimento humano, embora de forma insuficiente e incipiente. 

A pergunta então se repete. Que formação para a adolescência e a juventude cabe na contemporaneidade? O que aprender para viver, escapando dos possíveis golpes calculados e sair intacto, dignamente? Que tipo e montante de conhecimentos estratégicos e habilidades tão incipientes cidadãos precisariam para construir suas autonomias individuais e deixar a condição de escravos das determinações mercadológicas e do consumo que nos fazem carrascos de nós mesmos? Aí está o desafio, o jogo dramático dos nossos tempos que nos pode levar ao maravilhoso espetáculo da vida ou ao fúnebre e triste ritual da morte e da violência: 
(4) 
quero ver malandro 
sem maromba marombar 
no arame do circo 
farpado 

capoeira atento 
escapar intento 
do possível golpe 
calculado 

olho a olho 
face a face 
mano a mano 
tete a tete”... 

E daí, então, saltar fora dessa verdade cruel na esperança de poder cair dentro de uma outra realidade mais segura e aceitável logo em seguida ou, talvez, se perder para sempre na lixeira da competitividade “deletane” e excluidora do neocapitalismo. 

Embora partamos do princípio de que a formação tem que ser a mais ampla e precisa possível, não podemos esquecer que uma das coisas que as pessoas querem e precisam é de ter um trabalho, uma ocupação de sustento da vida. Isto nos coloca diante de situações contraditórias sempre que adotamos o discurso das competências como alternativa de inserção, das pessoas tornarem-se sujeitos de seus próprios destinos. 

Considerando o exposto acima resta-nos o desafio de relacionar a construção do conhecimento e da autonomia com a perspectiva de liberdade e tolerância. Então como conjugar cultura no plural? Como produzir e imprimir olhares diferentes para compreender este complexo sistema de relações individuais e coletivas, de subjetividades e materialidade, de desejos e necessidades diversas? O poeta não responde, mas dilata a pergunta numa gama de reflexões: 

(5) 
“É imprescindível e inevitável que sejamos filósofos. 

É preciso aprender a semear com a máquina do tempo. 
É vital, mais que vital, inventar. 
Vida e verdade. Sonhos e realidade. 
Razão com alegria bailando 
sobre o espelho das águas perenes. 

Ainda esperamos, coitados, as chuvas do céu, 
quando deveríamos fazer chover no chão de caos e ilusão; 
umedecer as pedras, fazendo-as verter poesia; 
transformar em vida a energia do sol em desperdício 
que hoje nos flagela e definha. 

A fome, indústria cega e daninha, há de ser 
o instrumento maior de transformação, tinta e pincel, 
a reflexão, o painel sobre a eterna falta. 

Sobre a miséria a ação, o desenlace sem queda. 
A inteligência carcomida pela força da moeda 
será o túmulo dos canibais de consciência. 

É imprescindível e inevitável que sejamos filósofos. 
Filósofos de nós mesmos. 
Criadores e semeadores da nossa própria filosofia. 
Recriadores confessos do nosso rosto. 
Decoradores do espaço reservado à nossa causa. 
Defensores incessantes do grito de liberdade, 
do motivo do nosso choro, da grife do nosso riso. 

Precisamos estar sempre dispostos a corrigir nossos costumes; 
a mergulhar no abissal dos nossos valores culturais 
para que venhamos festejar nossa vanguarda.” 

Retomando a questão da arte e da educação, quando falamos de arte deve - mos ter uma concepção. A arte, ela pode emancipar ou limitar. Então como viver experiências de negociação cultural que tenham como pressuposto uma cultura da tolerância, negociando valores e visões de mundo? 

Estas questões também nos permitem fazer uma nova e ao mesmo tempo tão velha pergunta: de que maneira a humanidade tem construído seus caminhos para a emancipação? Até que ponto estamos contribuindo para que as pessoas, em particular os jovens, as crianças, os adolescentes enfrentam os desafios do seu tempo e dos tempos futuros? E de que modo lhes estamos orientando do ponto de vista da educação, formal ou informal? De igual forma como as políticas públicas estão reafirmando-se como espaços de cidadania e gerando oportunidades para que as pessoas, em particular os jovens e adolescentes, enfrentem os desafios do seu tempo e do devir? 

Portanto, é mais do que necessário que na definição de políticas públicas estejamos permanentemente reafirmando o compromisso de abrir os espaços formais de educação para a riqueza de possibilidades suscitadas pela arte e pela cultura. Os espaços educativos não devem se limitar apenas ao convencionalmente definidos pelas necessidades e ambições do mercado, mas devem aspirar ao sonho de humanização do mundo e 
(6) 
“Por isso ir 

além 

das margens 

da imaginação” 

É importante também que as instituições e a sociedade civil, tais como ONGs, cooperativas, sistemas educativos, empresas, etc. saiam do conservadorismo e do formalismo, incluindo novos procedimentos, apontem para novas perspectivas que contribuam de maneira efetiva com o rompimento dos preconceitos, incorporando a arte nas suas ações e influenciando as políticas públicas. 

Podemos conjeturar, ainda, que não basta preparar para o trabalho, como se prega por aí nos meios educacionais com tom de revolução. O problema está em como o que estamos propondo e fazendo favorece decisivamente que os jovens possam estar suficientemente instrumentalizados, preparados para enfrentar os desafios, as situações limites da vida em sociedade. Se o que está sendo ensinado e aprendido, muito menos do que facilitado e apreendido, está servindo para a vida dentro e fora dos centros de formação -, está desenvolvendo a pessoa como cidadão, fazendo a ligação com a contemporaneidade e a conexão do que se aprende com o que e onde se vive. 

Recife, 03 de julho de 2003.
Maranguape, janeiro de 2007..

*Ray Lima Ator, poeta e educador do Grupo Pintou Melodia Na Poesia – CE e do Movimento Escambo Popular Livre de Rua. 


Mais no endereço: http://pt.netlog.com/rlima451/blog




RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido a partir das inquietações de um pesquisador que é também professor e performer do palhaço Lombriga, para isso estudamos alguns teóricos como MORIN, BOLOGNESI, LECOQ, BURNIER, WALLON e ANDRADE, e também as pesquisas de mestrado de Thalita COSTA procurando elencar pontos primordiais para a formação de palhaço e, de alguma forma, compartilhar suas experiências. P
ara isso, realizamos um trabalho de pesquisa de campo, documentando e analisando o relato de vida de uma das referências de palhaço no estado do Rio Grande do Norte, o Palhaço “Espaguete,” vivido por Nil Moura, proprietário do “Circo Grock” ressaltando aspectos referentes ao seu processo de aprendizagem, que mescla procedimentos feitos de forma sistematizada, objetiva, em escolas de palhaço na Europa, e o processo que ocorre também com diversos palhaços que compõem o cenário nacional, através da sua labuta diária na profissão. Finalizamos adentrando no universo da cena contemporânea, mais especificamente na performance, tendo como referencia Naira Ciotti (2011) que relata que performance é adentrar em um campo que não diferencia a experiência artística de pratica pedagógica. No palhaço, assim como na performance, a cena não é o fim do processo, mas uma etapa deste percurso que continuará, em muitos casos, por toda uma vida. 

Palavras-chave: palhaço, circo, aprendizagem, pedagogia da performance, palhaço Espaguete, palhaço Lombriga

A Cia Arte e Riso reiniciou nesta segunda-feira, 04/12 os ensaios do espetáculo "O maníaco do prato", já que nesta sexta-feira 07/12 o grupo se apresentará na cidade de Patu, mais precisamente no Campus Avançado de Patu - UERN, no encerramento do curso de Ciências Contábeis. 

Vejam algumas fotos do ensaio:
























Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...