Dedé Santana é eleito Embaixador do Circo

Dedé Santana é homenageado pelos alunos da Escola Nacional de Circo Foto: Roberto Moreyra
Aos 78 anos, Dedé Santana chora, e depois sorri, como criança. Está no seu berço, o circo, com uma placa nas mãos. Foi eleito embaixador da arte que oito gerações da sua família abraçaram.


Dedé Santana improvisa cena com Dio Jaime: veterano já trabalhou com o avô do palhaço, Almeidinha Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
— É uma taça pra mim. Se eu recebesse um Oscar nos Estados Unidos, não seria um prêmio tão importante— disse Dedé, cercado pelos alunos da Escola Nacional de Circo.

Mais de dez mil pessoas vivem da arte circense no Brasil: donos dos mais tradicionais circos se uniram para valorizar a categoria Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Dedé foi homenageado ontem, numa reunião da comissão de donos de circo. O objetivo dos encontros é unir os artistas em busca de melhorias para a categoria, como espaços nas cidades para montar as lonas, impostos menos rigorosos e uma campanha nacional de valorização da arte circense, que emprega mais de 10 mil pessoas no Brasil.

Uma das maiores dificuldades do circo hoje é encontrar espaços para instalar as lonas nas cidades brasileiras Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
— Não há espaço para a instalação do circo nas cidades. Tenho duas unidades, com 200 pessoas. O circo tira as crianças das prisões, que são os apartamentos, e das televisões. Elas voltam pra casa com vontade de brincar — defende Márcio Stankowich, cujo circo tem 170 anos.

No encontro, Dedé Santana viveu momentos emocionantes. Como quando encontrou o neto de seu ex-companheiro de cena, o palhaço Almeidinha. Aos 37 anos, Dio Jaime é herdeiro da arte da família e fã do embaixador do circo:

— Vou contar pra minha mãe — brincou, ao fotografar com Dedé.

Dedé recebe a placa de embaixador na Escola Nacional de Circo Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Filho do palhaço Picolino e da contorcionista Ondina, Dedé já trabalhou em várias funções no circo. Sua primeira aparição no palco foi aos três meses, durante uma peça, no colo da mãe.

— Naquela época, o espetáculo se dividia em duas partes: o picadeiro e depois teatro. Era um drama: a Cabana do Pai Tomás. Já tinham separado um disco com choro de criança. Mas eu chorei na hora certa. Todo mundo riu em cena, e meu pai foi obrigado a interromper o espetáculo para explicar que eu era filho dele. Foi meu primeiro aplauso.

O primeiro de muitos.

Matéria via: http://extra.globo.com

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