Palhaço Track-Track e Junio Santos - 2006 |
Em 2006, logo após o 22º Escambo na cidade de Carnaúba dos Dantas-RN, na semana que voltamos pra avaliar nossa ação e vislumbrar novos encontros, conheci o Trak-Trak. Que prazer danado ver uma figurinha com nosso carro de som, um carrinho de sorvete, um microfone na mão e tanta criatividade. Fiz um mergulho no passado e fui pra Currais Novos, no momento em que ví o Cris dando vida ao Oscarito, brincando, brincando e brincando. Pensei: daí um novo Cris, um novo Oscarito! O danado era tão bom que nem a falta da maguilagem fazia falta a sua destreza, disposição, respostas num improviso rapido e certeiro. Lógico que ele tinha todo seu aparato. Ele tinha um Circo que funcionava na área de sua casa. Ele vendia bolo, gelatina, como todo palhaço já fez ou terá que fazer um dia. Não é isso Richard Riquetti e Cris ??? Virei fã de carteirinha e ele com sua esperteza e bondade assim ficamos cara-a-cara, disse: Júnio Santos, sou seu fã! Não me deixou nem dizer que eu é que era fã dele.
Ví outras brincadeiras dele. Cantando acompanhado por um grande baterista numa bateria de lata. Baterista que hoje, mesmo adolescente, já atua profissionalmente nas bandas de Carnaúba dos Dantas, que o passado de glória na música, com os mestres Felinto Lúcio e Tonheca Dantas, ainda se chama "terra da Música", e eu acho mesmo que depois do Vitor e do Tales, ela já pode ser chamada de "TERRA DOS PALHAÇOS".
Anos depois o encontro já na banda, tocando instrumento, namorando e falando que tava dando um tempo no palhaço. Entendi tudo. Quando se começa pequenino tem uma hora que é preciso refazer um bocado de coisa. A voz brinca de ficar grossa e fina, os pelos saem no rosto e em outros cantos embutidos, os pés cresce, os braços ficam sem controle e as cobranças começam a ser bem maior. Isso tudo, me disse ele uma vez lá no Monte do galo, durante a montagem da tradicional Paixão de Cristo, ocasionou essa passagem - passageira.
Quase perdi o controle quando a Jô (minha companheira e prima do Tales, quem sugeriu esse nome de imperador pra ele) me contou por telefone. Estava em Janduís, me encostei em um poste e chorei mais por dentro do que por fora, pois sabia dos seu entusiasmo pela realização do 31º Escambo novamente em Carnaúba dos Dantas; Sabia como ele preparava a sua volta com um Trak-Trak não mais menino, agora jovem, com uma malícia eterna de criança.
Custo a entender o Escambo de Carnaúba sem o Tales e vamos ter que nos esforçar muito pra poder superar a sua ausência. Temos que ensaiar repetitivamente pra podermos tentar pelo menos chegar perto de sua graça, de sua garra, de sua eterna alegria, que levo guardada dentro de mim e que me alivia quando penso que não terei mas o prazer de vê-lo, tocá-lo, assisti-lo.
Continuarei seu fã, pois seu que do circo que você agora atua, estará sempre olhando com aquele olhar vivo e sorrindo como sempre sorriu.
Descanse com muitas palhaças, pois todos têm o direito de ver e rever Trak-Trak!!!
Junio Santos
Postado por Jardeu Amorim
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