Mestre João Pequeno de "Pastinha" |
Mestre morreu na tarde da sexta-feira (9), em Salvador.
Ele foi um dos principais responsáveis pela difusão da capoeira angola.
Do G1 BA, com informações da TV Bahia
O som triste do berimbau deu voz a dor dos capoeiristas que compareceram ao enterro do mestre João Pequeno de Pastinha, que aconteceu na tarde deste sábado (10), no cemitério Bosque da Paz, em Salvador.
O mestre faleceu na tarde da sexta-feira (9), na capital baiana em decorrência de uma falência intestinal.
O governador do Estado, Jaques Wagner lamentou a morte do mestre capoeirista neste sábado (10). “Em nome dos baianos, expresso minha homenagem a um dos maiores ícones desta tão genuína e importante manifestação cultural, que hoje deixa sua marca entre nós e o exemplo de tenacidade”, afirmou o governador.
“A grande lição que ele nos deixou foi paz, amor, sinceridade, humildade e respeito. Ele era uma pessoa muito amiga, muito hospitaleira e que assim seja para Deus. Para nós foi uma grande perda. A grande missão dele aqui foi passar para o mundo, tudo o que o nosso mestre [Pastinha] nos ensinou”, desabafou o mestre e amigo, Curió.
Governador lamentou a morte do mestre: "Em nome dos baianos, expresso minha homenagem a um dos maiores ícones desta tão genuína e importante manifestação cultural, que hoje deixa sua marca entre nós".
(Foto: Reprodução/TV Bahia) |
A também aluna e discípula de João Pequeno, Rosângela Araújo, comentou a importância do mestre que deixa saudades. “Sem sombra de dúvidas, para nós que trabalhamos com a cultura africana, cada velho que morre é um biblioteca que se queima. Felizmente temos a nova geração dos pequenos de João”, diz.
João Pequeno
O capoeirista completaria 94 anos no dia 27 de dezembro. Nascido em Araci, no interior baiano e registrado como João Pereira dos Santos, o jovem fugiu da seca a pé em 1933 e segui até Alagoinhas, onde conheceu a capoeira.
Aos 25 anos ele mudou-se para Salvador, filiou-se ao Centro Esportivo de Capoeira Angola, congregação criada pelo Mestre Pastinha. Tornou-se discípulo e ensinou outros capoeiristas importantes para a história da capoeira angola na Bahia, entre eles, o Mestre Curió.
Em 2003 o trabalho do mestre foi reconhecido pela Universidade Federal de Uberlândia recebendo o título de Doutor Honoris Causa. No mesmo ano o então presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva também reconheceu o trabalho de João Pequeno tornando-o Comendador de Cultura da República.
Em 2008 a Universidade Federal da Bahia reconhece o trabalho do capoeirista e honra-o com o título de Doutor Honoris Causa. O mestre recebeu também a Medalha Zumbi dos Palmares, pela Câmara Municipal de Salvador um ano antes.
Postado por Jardeu Amorim
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