Veteranos da Escola de Belas
Artes usam criatividade para dar boas vindas.
Do G1 Rio
Clássico gato das pinturas de Romero Britto é reproduzido no corpo de calouro durante trote acadêmico na Escola de Belas Artes da UFRJ (Foto: Ana Carolina Gonçalves Santos / Divulgação)
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Enquanto trotes violentos ainda
ridicularizam ou até vitimam calouros em várias faculdades do país, alunos da
Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro se valem da
arte para recepcionar as novas turmas. Os veteranos reproduzem na pele dos
calouros obras clássicas ou de pintores renomados. Neste semestre, o pintor
brasileiro Romero Britto tem sido o tema da brincadeira.
Segundo a veterana Ana Carolina
Gonçalves Santos, de 20 anos, aluna do 6º período de Artes Plásticas, a escolha
de Britto teria foco na rápida identificação visual por parte do público. “Ano
passado um calouro foi pintado com o quadro ‘Noite Estrelada’, do Van Gogh, e
não reconheciam a obra nas ruas”, conta.
Ana Carolina destacou, no
entanto, que os próprios calouros podem escolher que obra ou artista querem ter
reproduzidas no corpo. “Não tem nada de vexatório, muito pelo contrário”, fez
questão de enfatizar.
Ironia nas redes sociais
A brincadeira com obra do Romero
Britto, no entanto, foi ironizada nas redes sociais. Críticos do pintor
brasileiro satirizaram o trote numa página criada no Facebook chamada "Brittolândia".
Em tom irônico, comentários sugeriram que a obra de Britto tornou o trote
violento. "Onde está os Direitos Humanos, Brasil?", disse uma
internauta. "Se fosse eu processava", registrou outro.
Recepção lúdica
Ana Santos conta que, além das pinturas
corporais, os veteranos promovem brincadeiras durante a semana do trote. “É
tudo em clima de muita descontração. As brincadeiras são como jogos de gincana.
O calouro recebe desafio que precisa cumprir para ganhar pontos. Eles (os
novatos) também vão para a rua pedir dinheiro. Mas a participação é sempre
voluntária. Ninguém é obrigado a se submeter ao trote”, disse.
Ainda segundo a aluna de Artes
Plásticas, já é uma cultura da Escola de Belas Artes promover este tipo de
trote, chamado de ‘Trote Modelo”. Ela lembra que fez questão de ter o corpo
pintado quando ingressou na instituição. “Fui pintada de Avatar e de Umpa
Lumpa, da ‘Fantástica Fábrica de Chocolates’”, contou.
Via G1Rio
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