Quem diria...

Por Roberto Alencar


Quem diria que chegaria o dia que numa pequena cidade, que quase não cresce, perderíamos o direito de ir e vir?
Quem diria que chegaria o dia que amanheceríamos o dia com medo?
Quem diria que chegaria o dia que teríamos que tirar relógio, joias e celular para poder ir à rua?
Quem diria que chegaria o dia que perderíamos nossas raízes e a noite as calçadas ficariam vazias?
Quem diria que chegaria o dia que nos prenderíamos dentro das nossas próprias casas?
Quem diria que chegaria o dia que nos sentiríamos mais seguros na capital que no nosso interior?
Quem diria que chegaria o dia que teríamos tanta inversão de valor?
Quem diria que chegaria este dia.
Para alguns está tudo sob controle.
Para muitos está tudo fora do controle.
Mas as ruas estão aí, vazias. Assim como a grande maioria...
E o muro das lamentações não é aqui. Não se pode mais esperar.

Então, que o povo descruze os braços e saia do cômodo (ou incômodo) de suas casas e vá às ruas lutar por aquilo que sempre lhe foi de direito: A paz, a liberdade e a pacata vida de uma cidade do interior.


RAF, 20.05.14

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