O secretário-executivo do Ministério da Cultura, Vitor Ortiz, informou na última quarta-feira, dia (28/12), por telefone à deputada federal Fátima Bezerra, que os R$ 1,075 milhão necessários à reforma do Teatro Sandoval Wanderley foram empenhados nesta semana. Os recursos serão utilizados em obras de acessibilidade, e compra de equipamentos de luz e áudio, de acordo com o projeto entregue pela Fundação da Capitania das Artes à ministra Ana de Hollanda, no mês de agosto deste ano, durante visita da ministra ao Rio Grande do Norte, visita esta programada pela deputada federal Fátima Bezerra.

Fonte: gentequefazeacontece.blogspot.com
Postado por Jardeu Amorim
Na última sexta feira (23), a Cia. Arte e Riso esteve fazendo animação com direito a perna de pau, malabares e apresentações com os palhaços "Lombriga", "Gravatinha", "Rapadura", "Ruivão", "Bole Bole" e "Latejona" no Natal Para Todos na cidade de Patu realizada pela prefeitura municipal.

Além do grupo umarizalense, a programação teve distribuição de presentes para as crianças da cidade, chegada do "Papai Noel", entrega de sorvetes, algodões doces, muitos brinquedos para a garotada se divertir, apresentação de Patati e Patatá Covers dentre outros artistas locais. Foi uma grande festa para toda a comunidade patuense.

Vejamos alguns momentos da festa:




Fotos:blog do Campelo e Prefeitura Municipal de Patú
Imagem da internet

Um bairro chamado Lagoa do Mato.
(Antonio Francisco)

Nasci numa casa de frente pra linha,
 Num bairro chamado Lagoa do Mato.
Cresci vendo a garça, a marreca e o pato,
 Brincando por trás da nossa cozinha.
A tarde chamava o vento que vinha,
Das bandas da praia pra nós abanar.
Titia gritava: Está pronto o jantar!
O sol se deitava, a lua saía,
O trem apitava, a máquina gemia,
Soltando Faísca de fogo no ar. 

O galo cantava, Peru respondia, 
Carão dava um grito quebrando aruá,
A cobra piava caçando préa, 
Cantava em dueto o sapo e a jia,
Aguapé se deitava e depois se abria,
Soltava seu cheiro nos braços do ar
O vento trazia pro nosso pomar,
Vovô se sentava no meio da gente 
Contando histórias de cabra valente 
Ouvindo lá fora o vento cantar.

A lua entrava na casa da gente,
Batia com força nas quatro paredes.
Seus cacos caíam debaixo das redes 
Pintando na sala um céu diferente.
Quando ela saía chegava o sol quente
E com ele Zequinha pra gente brincar,
Comer melancia, depois se banhar
Nas águas barrentas daquela Lagoa.
A vida era simples barata e tão boa,
Que a gente nem via o tempo passar.

O peixe batia, a água espanava,
A Gente pegava uma ponta de linha,
Amarrava um anzol numa vara que tinha
E ia pra onde o peixe pulava.
Num quarto de hora a gente voltava,
Já tinha traíra pra gente almoçar,
Piaba, manteiga pra gente fritar,
Titia fritava e agente comia.
Faltava dinheiro, sobrava alegria
Naquele pequeno pedaço de lar.

Mas hoje o nosso bairro está diferente
calou-se o carão que cantava na croa,
A boca do tempo comeu a lagoa 
E com ela se foi o sossego da gente.
O vento que sopra agora é mais quente 
E sem energia não sabe soprar.
A máquina do trem deixou de passar,
Ninguém olha mais pros raios da lua 
Que vivem perdidos no meio da rua
Por trás dos néons sem poder brilhar.

Perdeu-se a traíra de baixo do barro,
O sapo e a jia também foram embora.
Aguapé criou pé, deu no pé e agora? 
Só rosas de plástico tristonhas num jarro,
Fumaça de lixo, descarga de carro,
Suor de esgoto pra gente cheirar,
Telefone gritando pra gente pagar,
Um louco na rua rasgando uma moto,
Um besta na porta pedindo o meu voto 
E outro lá fora querendo comprar.

Um carro de som fanhoso bodeja:
Tem água de coco, caldo de cana,
Cocada de leite gele de banana,
Remédio pra caspa tem copo, bandeja.
Uns quatro vizinhos brincando de igreja
Vão pra calçada depois do jantar.
O mais exaltado começa a pregar:
Jesus é fiel castiga mais ama!
E eu sem dormir rolando na cama 
E o homem insistindo eu vou lhe salvar

E pegue Zoada por trás do quintal:
Salada, Paul, pomada, paçoca,
Pamonha, canjica, bejú, tapioca,
A do Zé tem mais coco, a do pepe é legal !
Dez bola, dez bola , só custa um real !
Mas traga a vasilha pra não derramar!
Apuveite! Apuveite! Que vai se acabar!
E alguém grita: Gol! Minha casa estremece
E eu digo baixinho: Meu Deus se eu pudesse 
Armar minha rede no fundo do mar!


Postado por: Sergio Rubens
A comemoração de aniversário de 10 anos da Cia Arte e Riso foi um sucesso! O público compareceu como é de costume nas nossas apresentações. 

Tivemos a apresentação do espetáculo "Mamãe, quero ser" com os jovens da oficina palhaceando a rua do ponto de cultura Umaricultural, O espetáculo Patologias com o grupo Los Patos Mojados, da cidade de Rosário na Argentina e claro tivemos os nossos palhaços da Cia Arte e Riso fazendo a alegria dos presentes.


Nós que fazemos A Cia Arte e Riso, queremos dar o nosso MUITO OBRIGADO à todos que estiveram presente nos prestigiando nessa noite tão especial para nós, assim como queremos também agradecer à todos que sempre nos apoiaram na nossa jornada artística e cidadã durante esses 10 anos. E agradecer a toda a população de Umarizal, afinal existe alguns motivos para que ainda continuemos com esse trabalho e um desses motivos é vocês, é pela cidade de Umarizal, principalmente pelas pessoas daqui que iremos continuar ainda por muito tempo, alegrando, realizando trabalhos e até mesmo incomodando muitas pessoas daqui. 


Um singelo abraço de palhaço para todos e um 2012 de paz, tranquilidade e boas vibrações para todos nós.



O sentido de ser artista
É fazer da vida uma arte
O cobertor é um estandarte
Não precisa de revista
Não faz arte elitista
Ele ama a humanidade
Quer melhor sociedade
É a arte que o faz
Mais humano e mais capaz
De viver com liberdade.
(Sergio Rubens)


Agora vejam as fotos da noite:


Postado por: Sergio Rubens

O Natal vem e sempre acreditamos que as pessoas irão melhorar, pois são muitos os motivos para isso acontecer, o sentimento de confraternização toma conta de todos, então passamos a fazer coisas que deveríamos fazê-las durante todo o ano como respeitar o próximo, fazer doações para quem realmente precisa e outras. Por isso, vale apena refletir sobre o natal, o porque nos comportamos assim somente nessa época.

E como ficam as milhares de pessoas miseráveis do mundo no pós natal?
É certo continuarmos com essa ilusão de que no natal todos estão bem?

Qual será realmente a face de Papai Noel?


Portanto, vai aí um texto interpretado por um grande artista brasileiro com esse propósito:

Saulo Laranjeira - ator, poeta, apresentador, humorista e cator
 

Eu num gosto de você Papai Noel!

Também num gosto de seu papel
De vender ilusão para a burguesia
Se os meninos pobres da cidade
Soubessem o desprezo que você tem pelos humildes e pela humildade
Eu acho que eles jogavam pedra em sua fantasia
Talvez você não se lembre mais
Eu cresci e me tornei rapaz
Sem nunca esquecer daquilo que passou
Eu lhe escrevi um bilhete
Pedindo meu presente
A noite inteira esperei contente
Chegou o sol, mais você não chegou
Dias depois meu pobre pai cansado disse:
Trouxe um trenzinho velho, enferrujado
Pôs na minha mão e falou
Toma filho é pra você, foi Papai Noel que mandou
E vi quando ele disfarçou as lágrimas com as mãos
Eu inocente, alegre nesse caso
Pensei que meu bilhete embora com atraso
Tinha chegado em suas mãos no fim do mês
Limpei ele bem limpado, dei corda,
O trenzinho partiu deu muitas voltas
Meu pai então sorriu e me abraçou pela última vez
O resto eu só pude compreender depois que cresci e vi as coisas na realidade
Um dia meu pai chegou assim pra mim como quem ta com medo e falou
Da aqui meu filho, da aqui, da aqui aquele seu brinquedo
Eu vou trocar por outro da cidade
Então eu entreguei o meu trenzinho quase a soluçar
Como quem não quer abandonar um mimo
Um mimo que lhe deu, que lhe quer bem
Eu supliquei com medo
Pai eu não quero outro brinquedo
Eu quero meu trenzinho, não vai levar o meu trem pai
Meu pai calou-se e de seu rosto desceu uma lágrima que até hoje creio
Tão pura e santa assim, só Deus chorou
Ele saiu correndo, bateu a porta,
Assim como um doido varrido
Minha mãe gritou José, José, José
Ele nem deu ouvido

Foi embora e nunca mais voltou
Você Papai Noel
Me transformou num homem
Que então se arruinou
Sem pai, sem brinquedo
Afinal dos meus presentes
Mãe não que sobre
Da riqueza de um menino pobre
Que sonha o ano inteiro
Com a noite de natal
Meu pobre pai mal vestido
Pra não me ver naquele dia desiludido
Pagou bem caro a minha ilusão
Num gesto nobre, humano e decisivo
Ele foi longe demais
Pra me trazer aquele delitivo
Tinha roubado aquele trenzinho
Do filho do patrão
Quando ele sumiu, eu pensei que ele tinha viajado
Só depois de eu grande minha mãe pronto me contou
Que ele foi preso coitado
E transformado em réu
Ninguém pra absorver meu pai se atrevia
Ele foi definhando na cadeia
Até que um dia
Deus nosso pai, Jesus
Entrou em sua cela
E libertou ele
Pro céu, pro céu, pro céu...

(O Poeta Macambira-Saulo Laranjeira)

Postado por Jardeu Amorim
C O N V I T E

A Cia. Arte e Riso convida você para participar das comemorações alusivas aos Dez anos de resistência e insistência cultural do grupo no Brasil, é nessa sexta feira dia (23/12) às 20:30hs na Rua: Pedro Amorim (em frente a casa de Chico Paulo), centro de umarizal, aberto à comunidade.

Teremos muitas apresentações culturais com os espetáculos de teatro de rua “O Machismo Só Da Nisso” da Cia. Arte e Riso; de palhaços com “Mamãe, eu Quero Ser! Com os jovens da oficina Palhaceando a Rua do Ponto de Cultura e a presença ilustre dos nossos ermanos Los Patos Mojados com o espetáculo “Patologias” além de exposição fotográfica dos dez anos do grupo, telão com imagens, muita poesia popular com pré-lançamento de livros e músicas ao vivo com Gustavo Costa, Gustavo Filho, Raphael Luiz, Joelson de Souto, show de Reggae com "Onim Argila" e demais artistas locais.

Contamos com vossa presença!

Atenciosamente Cia. Arte e Riso

A qualquer momento atualizações na programação.
          

Se fossemos fazer um resumo desses dez anos de existência que estamos prestes a completar, diríamos que foram dez anos de luta, muita luta, coisas que nos prometeram e não cumpriram, críticas pesadas, instituições e pessoas que nos sacanearam... Isso tudo aconteceu, mas também, existiram diversas coisas positivas, pessoas de caráter e respeito que acreditaram e apoiaram nossos trabalhos, gente que sorriu com nossas palhaçadas, aplaudiu nossos poemas e ouviu as nossas músicas. Pessoas que saíram de suas casas para ver nossas apresentações e participarem dos nossos evento


Nesses curtos e duradouros 10 anos, aprendemos antes de tudo a lutar por nossos sonhos, nossos direitos e defender nossos ideais. Compreendemos que um mundo melhor se faz com a contribuição individual de cada cidadão e tentamos sempre dar a nossa da melhor maneira possível.


Formamos dois grupos de teatro, um grupo de dança e não queremos parar por aqui. Somos um grupo comprometido com a sociedade, com o mundo e com o desenvolvimento social de cada ser, seja ele quem for. Acreditamos que o nosso trabalho muda e melhora o ser humano, acreditamos na arte como um instrumento de transformação e inclusão social. 


A Cia Arte e Riso é formada por jovens nascidos e crescidos em Umarizal, conhecemos essa cidade e as pessoas daqui e podem ter certeza, seremos eternamente gratos à todos, pelo carinho, respeito e reconhecimento dado à nós. Cada sorriso, cada grito que a criança dá ao ver um palhaço, nos dá a certeza que temos que continuar. Cada criança e jovem que trouxemos para fazer arte ao invés de ficar exposto a coisas de natureza duvidosa, cada evento que fizemos dando uma nova opção de entretenimento e principalmente de visão de mundo e de arte diferente da que vemos nas novelas e no BBB, nos faz acreditar que nosso trabalho ainda deve continuar por mais dez, vinte, trinta, milhões de anos.


Não queremos aqui tentar mostrar que somos importantes ou coisas do gênero, queremos sim, dizer que não continuamos nosso trabalho, por dinheiro, ou por reconhecimento, mas sim, pela sociedade, pelo mundo e pela alegria que insistimos a cada dia em transmitir. 
    
Por isso, queremos dizer que todas as pessoas de Umarizal, também são parte da Cia Arte e Riso, afinal, não teria sentido se nossos poemas, nossos espetáculos ou nossas músicas, não fossem vistos e ouvidos por todos. A nossa arte depende do outro lado, depende do público. Fazemos o que nos torna feliz, assim automaticamente, tentamos fazer os outros felizes também.


Queremos aqui agradecer a todos os nossos parceiros que nos ajudaram financeiramente e moralmente, aqueles que colocaram dinheiro no chapéu, que compraram bilhetes de sorteios que insistimos sempre em vender, aqueles que nos criticaram, pois nos ajudaram a crescer, aqueles que nos enganaram e assim nos ajudou a entender que também existem pessoas sem confiança e principalmente vamos agradecer aqueles que nos dão a razão de estarmos aqui que são as pessoas, o povo, a sociedade como um todo, é por vocês que existimos e insistimos em levar a cultura á todos os cantos e becos desse Brasil.

Postado por: Sergio Rubens
 Geovany Cavalcante e palhaço Gravatinha - apresentação
Hoje pela manhã a Cia. Arte e Riso representada por Jardeu Amorim (Palhaço Gravatinha) e Geovany Cavalcante fez apresentações, brincadeiras, distribuição de lanche e entrega de presentes para alunos do ensino fundamental na comunidade de Cajazeiras no município de Olho D’agua do Borges.

A ação cidadã foi realizada por todos que fazem o PSE (Programa Saúde nas Escolas) com participação das enfermeiras, agentes de saúde, professores das zonas rural e urbana e alguns profissionais que prestam serviço em Olho D’água do Borges como o odontólogo umarizalense Dr. Onaldo Alves e o Dr. Walter Batista Assistente Social que contribuiram para a aquisição de brinquedos que foram doados pela figura do “Papai Noel” no encontro em alusão ao período natalino.

Nota do Blog:

Uma atitude voluntária e louvável desses profissionais, que além de terem o cuidado com a saúde daquelas crianças, ainda atentam para o lado social do trabalho que exercem. Parabéns aos profissionais da educação, da saúde e do lazer envolvidos nessa ação, que fizeram a alegria da meninada nas vésperas do natal. Se muitos pensassem assim!

Postado por Jardeu Amorim
Foto Ilustrativa da Oficina de Construção de Instrumentos
As atividades de Ponto de Cultura Umari Cultural – “Um Rio de Cultura Popular” continuaram nessa terça feira. Tendo como dias de atuação sábados e domingos, as oficinas de construção de instrumentos e percussão ministradas por Filippo Rodrigo do Bando La Trupe da cidade de Natal, se estendeu por essa segunda e terça feira na Casa de Cultura Popular “Palácio do Gavião”. Ainda ajudou nos trabalhos desses encontros o artista popular também da cidade de Natal “Temir Fogo” que atualmente participa dos grupos “Bando La Trupe” e “Pau e Lata” (projeto de educação musical que há 14 anos desenvolve vivências de construção rítmica, socioeducativas com crianças, jovens e adultos em todo o nordeste).


Postado por Jardeu Amorim
As Babuchas de Abu Kasem
Era uma vez um comerciante rico chamado Abu Kasem. Ele era muito conhecido em Bagdá por sua avareza e sua capacidade de conduzir uma negociação difícil. Igualmente famosas foram suas babuchas, que eram velhas, desgastadas, remendadas e manchadas. O mais humilde dos servos teria tido vergonha de usá-las, mas Abu as usava em toda parte, até mesmo no bazar. Elas eram inseparáveis de seu caráter público.

Um dia Abu Kasem fez dois negócios especialmente bons em uma feira. Primeiro, ele adquiriu uma coleção de garrafas de cristal muito especiais. Então, ele comprou um lote de óleo de rosas doces de um perfumista que estava passando por tempos difíceis. Todo mundo sabia sobre suas compras. Abu Kasem estava muito animado com a perspectiva de grandes lucros. Embora ele raramente gastasse dinheiro extra em alguma coisa, decidiu se tratar e foi para os banhos públicos.

Quando chegou aos banhos, Abu reconheceu um comerciante companheiro de negócios no vestiário. O homem lhe advertiu sobre o estado de seus chinelos e aconselhou-o a comprar um novo par, pois que aquilo era motivo de piada e conversas nas ruas. Abu contemplando suas horríveis babuchas, disse: "Eu estive pensando sobre isso, mas eu acho que elas serão úteis por mais algumas milhas!"; e entrou para desfrutar de seu banho.

Enquanto o avarento foi saboreando seu deleite raro, o Cadi de Bagdá também entrou para tomar um banho. Abu terminou primeiro, e quando ele voltou para o vestiário, não conseguia encontrar suas babuchas. Elas haviam desaparecido, e em seu lugar estava um par novinho em folha. As novas babuchas eram brilhantes e bonitas. "Bem", Abu pensou consigo mesmo: "Meu amigo deve ter decidido a honrar-me com um presente. Talvez ele pense que é um bom negócio para ganhar a simpatia de um homem rico como eu" Abu colocou os chinelos novos e foi para casa.

Quando o Cadi apareceu mais tarde, houve uma cena e tanto. Seus servos reviraram os banhos de alto a baixo e não conseguiram encontrar suas babuchas. Em seu lugar estava um par esfarrapado repugnante que todos sabiam pertencer a Abu Kasem. O juiz ficou furioso e imediatamente mandou prender o culpado. É claro que eles encontraram as babuchas “perdidas” nos pés de Abu. Sem ter como contestar o crime, Abu passou uma noite na cadeia. Ao sair, além de pagar pesada multa, recebeu suas “estimadas” babuchas de volta.

Abu foi para casa, triste e pesaroso. Em um acesso de raiva, jogou suas babuchas janela afora, que caíram direto no rio Tigre. Poucos dias depois, um grupo de pescadores pensou ter capturado um peixe particularmente pesado, mas os pescadores descobriram em sua rede, para sua consternação, que eram as babuchas de Abu Kasem. Os chinelos rasgados fizeram buracos em sua rede. Com muita raiva, um deles, atirou as babuchas encharcadas pela janela aberta de Abu.

Os chinelos caíram bem no meio da sala de jantar, onde Abu havia colocado suas garrafas de lindo cristal e estava ocupado enchendo-os com o óleo de rosa doce. Agora as garrafas, os óleos, e seu sonho de grandes lucros reduziam-se a uma gotejante bagunça, com brilho de cacos no chão.

"Aquelas babuchas desgraçadas!", Exclamou Abu. Ele as agarrou, tomou uma pá, e foi para o seu quintal. Ele cavou um buraco fundo e enterrou as babuchas. Mas o seu vizinho que estava assistindo a cena imaginou algo bem diferente. Ele pensou que o avarento rico devia ter um tesouro enterrado ali. Um tesouro que ele não declarou para não pagar os impostos devidos. Então o vizinho delatou Abu ao juiz.

Ninguém podia acreditar que uma pessoa iria cavar um grande buraco no seu quintal para enterrar apenas um par velho par de babuchas. Abu ficou atordoado quando ouviu o montante da multa.

Agora, Abu estava desesperado para se livrar de seus chinelos velhos. Ele decidiu que o melhor plano era levá-los longe da cidade onde não poderiam mais fazer-lhe mal. Então, ele levou as malditas babuchas para longe e as jogou em uma lagoa profunda. Ao vê-las afundarem sob aquela superfície escura retornou para sua casa com uma sensação de grande alívio. Mas o que ele não sabia, é que aquela lagoa era a fonte que abastecia a cidade de água e suas babuchas entupiu os canos. Quando os trabalhadores foram consertar o entupimento, reconheceram imediatamente os velhos chinelos. Abu foi para a cadeia novamente, por ter sujado o reservatório de abastecimento de água da cidade, pagando outra grande multa, dessa vez muito grande, bem maior do que a primeira. E ainda recebeu suas “adoradas” babuchas de volta.

Estas babuchas, outrora queridas, tinham lhe causado bastante dano. Abu, então, resolveu queimá-las. Porque elas estavam molhadas, ele as colocou em sua varanda para secar. Um cão na varanda vizinha viu as babuchas e pulou para brincar com elas. O cão atirou os chinelos janela abaixo, e as malditas atingiram em cheia a cabeça de uma mulher grávida que passava. Ela teve um aborto espontâneo. O marido correu para o juiz e exigiu indenização do velho rico avarento, que já não era mais tão rico assim. Abu foi forçado a pagar.

Abu estava falido e quebrado. Ele ficou diante do juiz e levantou as babuchas ao ar num gesto tão solene e sério que o juiz quase riu do absurdo da cena. "Por favor, meritíssimo", falou Abu, "não mais me responsabilize pelos males causados por essas babuchas."

O Cadi sentiu que não podia recusar e concedeu o pedido. Abu Kasem, então, comprou um novo par de chinelos.

Adaptado das "Mil e uma noites"
Do Blog Grupo Xama Teatro
Postado por Jardeu Amorim
Homenagem a um dos maiores poetas populares do País.
Por Patativa do Assaré: "Dois Quadros"
Foto: http://www.revista.agulha.nom.br/patativa
Na seca inclemente do nosso Nordeste,
O sol é mais quente e o céu mais azul
E o povo se achando sem pão e sem veste,
Viaja à procura das terra do Sul.

De nuvem no espaço, não há um farrapo,
Se acaba a esperança da gente roceira,
Na mesma lagoa da festa do sapo,
Agita-se o vento levando a poeira.

A grama no campo não nasce, não cresce:
Outrora este campo tão verde e tão rico,
Agora é tão quente que até nos parece
Um forno queimando madeira de angico.

Na copa redonda de algum juazeiro
A aguda cigarra seu canto desata
E a linda araponga que chamam Ferreiro,
Martela o seu ferro por dentro da mata.

O dia desponta mostrando-se ingrato,
Um manto de cinza por cima da serra
E o sol do Nordeste nos mostra o retrato
De um bolo de sangue nascendo da terra.

Porém, quando chove, tudo é riso e festa,
O campo e a floresta prometem fartura,
Escutam-se as notas agudas e graves
Do canto das aves louvando a natura.

Alegre esvoaça e gargalha o jacu,
Apita o nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre as verduras,
Beijando os primores do meu Cariri.

De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vagalumes.
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes.

Se o dia desponta, que doce harmonia!
A gente aprecia o mais belo compasso.
Além do balido das mansas ovelhas,
Enxames de abelhas zumbindo no espaço.

E o forte caboclo da sua palhoça,
No rumo da roça, de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo, contente,
Lançar a semente na terra molhada.

Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel, prazenteiro, modesto e feliz,
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso de nosso país.

Do blog: www.jataovaqueiro.blogspot.com

O Fundo Estadual de Cultura (FEC) foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte nesta quarta-feira, 14 de dezembro. Com a criação do FEC, o Governo do Estado marca uma nova era da cultura no estado, já que esse era um pleito antigo da classe artística, assim como também se insere nas diretrizes do Plano Nacional e do Sistema Nacional de Cultura. O FEC prevê que 0,5% do Orçamento Geral do Estado (OGE) sejam destinados à Cultura, percentual esse determinado pela Constituição Federal, o que equivale a aproximadamente R$ 15 milhões.

Com relação à terceira emenda proposta pelos deputados, a secretária Extraordinária de Cultura, Isaura Rosado, lamentou a retirada de dispositivo no texto original, que previa renúncia fiscal como mais uma fonte de recursos deste novo meio de financiamento para a cultura. Atualmente, a renúncia fiscal é direcionada só à LCC. E continuará assim. "O que consideramos um prejuízo para o financiamento de pequenos projetos que não conseguem chegar aos grandes patrocinadores através da LCC. Porque algumas empresas teriam muito mais como contribuir para o patrocínio da cultura, direcionando recursos direto ao Fundo, do que patrocinando projetos aprovados pela LCC. Por exemplo, empresas que recolhem menos, mas que num conjunto da sociedade elas poderiam ser bastante representativas se inseridas no patrocínio da cultura através de renúncia fiscal do Governo do Estado através do FEC", esclareceu Isaura Rosado.

Sendo assim, os termos do FEC ficam resumidos dessa forma: 50% dos recursos serão disponibilizados para a região metropolitana e 50% para os demais municípios potiguares. A distribuição fatiada será a seguinte: 15% para o patrimônio arquitetônico tombado; 5% para o Sistema Estadual de Bandas de Música; 5% para o Sistema Estadual de Bibliotecas; 5% para o Sistema Estadual de Museus; 40% serão disponibilizados para o atendimento a ações de interesse do estado e dos municípios e 30% para atendimento, através de editais, aos vários segmentos culturais e artísticos.

Do: www.culturaalexandria.blogspot.com
Postado por Jardeu Amorim
Los Patos Mojados em Janduís - 2009
O Grupo Cultural de Rosário na Argentina, Los Patos Mojados irá fazer apresentação em Umarizal no dia 23 de dezembro em alusão as comemorações dos 10 anos de existência da Cia. Arte e Riso. A dupla Maria e César estão no Brasil desde o Festival dos Inhamuns realizado em novembro na cidade de Arneiróz – CE. Depois de fazer uma série de apresentações em Fortaleza, mais uma vez, vem fazendo uma "turnê" pelo interior do Rio Grande do Norte, principalmente pela região oeste do estado, uma vez que em 2009 o grupo já esteve em nossa cidade.

No momento o grupo se encontra hospedado na cidade de Janduís, onde está sendo recebido pela Cia. Ciranduís e demais artistas locais. A articulação da vinda dos Patos Mojados para a região foi feita pelos grupos articuladores do Movimento Escambo.

Los Patos Mojados ainda cumprirão agenda na região no seguinte calendário:

17 de dezembro - Caraúbas/RN

18 e 19 de dezembro – (livres)

20 de dezembro - Messias Targino/RN

21 de dezembro - Janduís/RN

22 de dezembro - Campo Grande/RN

Nota do Blog:

Estamos esperando ansiosos nossos Ermanos de braços abertos para fazermos uma grande festa em Umarizal. Uma dupla de palhaços fantástica que nos encanta sempre quando nos escontramos. 

Postado por Jardeu Amorim

O Espetáculo de Palhaço "Mamãe, Quero Ser!" é fruto da oficina de teatro popular denominada Palhaceando a Rua realizada pelo Ponto de Cultura "Umari Cultural - Um Rio de Cultura Popular" e Cia. Arte e Riso com estudantes de Umarizal e um convidado da cidade de Lucrécia. O Projeto do espetáculo também está vinculado a disciplina de Encenação IV do Curso de Licenciatura em Teatro pela UFRN, sendo parte da finalização de curso do ator da Cia. Arte e Riso Emanuel Coringa.

Grupo de Teatro Caras Caraíbas
 Amanhã, quinta (15) a partir das 18:30hs será a abertura oficial da Festa de Nossa Senhora da Conceição padroeira do bairro Caraíbas em Umarizal. As festividades irão acontecer no bairro até o domingo (18), e todas as noites logo após as celebrações acontecerão muitas atrações com músicas ao vivo, desfiles, leilões, comidas típicas e apresentações culturais com o grupo de Teatro Caras Caraíbas, que por sinal, apresentará já amanhã as 20:00hs o espetáculo “Os Animais Tinham Razão” adaptado do cordel do poeta mossoroense Antônio Francisco.

Todos estão convidados a participar dessa festa!

Postado por Jardeu Amorim
Se estivesse vivo, o rei do baião estaria completando hoje (13/12/11) noventa e nove anos de idade. Um gênio que deixou a cultura nordestina reconhecida em todo o Brasil, e até os dias de hoje é lembrado por muitos que ainda valorizam o bom e velho forró, xote e baião. Por isso é que nesse mesmo dia do aniversário de Luiz Gonzaga se comemora o dia do forró.

Então arriba a saia muié e bota a poeira pra voar!

Foto: mpbnet.com.br
O NOBRE LUIZ GONZAGA

*
Luiz Gonzaga nasceu,
No dia de Santa Luzia.
Cantou a dor e alegria
A todos embeveceu.
E o povo reconheceu
Como alteza do baião!
Reinou em serra e sertão
O nosso cabra da peste
Rei caboclo do agreste
Orgulho desta nação.

*
O REI GONZAGA

*
Luiz Gonzaga partiu
Mas ficou no coração
Deste povo nordestino
Que povoa esta nação
Ao ser proclamado rei
Defendendo sua grei
Reinou em todo sertão.

*
O canto do rei Gonzaga
É sagrado é oração
É um canto envolvente
Enaltecendo o sertão
O povo traz na memória
E não esquece a história
Do rei único do baião.

*
Nos programas matinais
Que animam o interior
Luiz Gonzaga inda é astro
Na boca do locutor
E canta dia após dia,
Seu canto de alegria
Mostrando seu esplendor.

*
Se dizem que quem foi rei
Nunca perde a majestade,
O velho lua confirma,
Que realmente é verdade.
O nosso cabra da peste
Será sempre o rei agreste
Um rei que deixou saudade.

Texto: Dalinha Catunda
Do blog: jataovaqueiro.blogspot.com
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