Será Verdade?


Imagem meramente ilustrativa retirada da internet


Se você “rói”, bebendo, não misture

No juízo esses dois ingredientes
Que seus atos serão inconsequentes
Porque nunca há razão que lhe segure
Permitir que a saudade se aventure
Sem noção do que pensa e do que faz
É tentar ir atrás do que não traz
Ou queimar uma chance a ser vivida
“Não misture saudade com bebida
Que quem bebe “ruendo” vai atrás”!

Se você não quiser passar sufoco
Nem ressaca moral, perda e tristeza
Não aceite a saudade em sua mesa
A não ser que você vá beber pouco
Mas quem bebe, “ruendo”, fica louco
Não escuta os amigos nem os pais
Vai atrás de quem já não lhe quer mais
Ou quisesse, talvez, sem sua ida
"Não misture saudade com bebida
Que quem bebe “ruendo” vai atrás!

(Zé Adalberto)

Do: agroecologianews12.blogspot.com.br/



Nesse chão que se recheia de meu verso
Enfeitado de sanfona e cantoria
Vou tentando fazer minha poesia
Muitas vezes sabendo que tergiverso
Procurando no eixo do universo
A palavra e a rima independente
Pra agradar ao meu povo e a minha gente
Num poema mais sucinto e conciso
E assim eu vou vivendo de improviso
Na certeza que vou morrer de repente

Vou remando com a rima da emoção
Dirigindo cada mote da harmonia
Velejando nos ares da poesia
Flutuando para qualquer direção
Sou o sim em meio à safra de não
Sou a tarde enfeitada de poente
Me escondendo para nascer novamente
Pra levar no rosto um novo sorriso
E assim eu vou vivendo de improviso
Na certeza que vou morrer de repente.

Do: http://agroecologianews12.blogspot.com.br/

Via: alexandreteatro.blogspot.com
Notícia do G1

"Chuva de Balas no País de Mossoró" foi cancelado por questões técnicas.
Burocracia inviabilizou publicação de edital para o "Auto de Sant'Ana".

 
Dois espetáculos que fazem parte da programação do Agosto da Alegria - programação cultural promovida em sua segunda edição pelo Governo do Rio Grande do Norte - foram cancelados nesta quarta-feira (22). Assim, o "Auto de Sant'Ana", marcado para esta sexta-feira (24), e o "Chuva de Balas no País de Mossoró, agendado para o dia 31, não serão mais apresentados ao público. Ambos seriam encenados no palco do Teatro Alberto Maranhão, no bairro da Ribeira, em Natal.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Extraordinária de Cultura, a liberação do edital para a captação de recursos que financiariam o Auto de Sant'Ana não ocorreu em tempo hábil. A Fundação José Augusto, entidade vinculada à Secretaria, previa a utilização dos recursos previstos no Edital Autos do Povo, que patrocina eventos culturais cuja validade se estende por um ano e que deveria ter começado a valer este mês.

Segundo a assessoria de imprensa da Fundação, atrasos burocráticos impediram a liberação do edital e, posteriormente, dos recursos necessários à execução do espetáculo.

Em relação ao Chuva de Balas no País de Mossoró, previamente programado para ser encenado no dia 31 de agosto no palco do Teatro Alberto Maranhão, foi inviabilizado por questões técnicas. Ainda de acordo com assessoria da Fundação José Augusto, as exigências técnicas que viabilizariam a apresentação do Chuva de Balas não estavam disponíveis no Teatro Alberto Maranhão.

Questionada sobre a possibilidade de utilização do palco montado no Largo do Teatro Alberto Maranhão para a apresentação do Chuva de Balas, a assessoria disse que o equipamento estaria em uso para outros shows. Complementou dizendo que também seria necessário alugar outros tipos de iluminação e som.

Não há informações sobre a exibição de outros espetáculos para preencher a lacuna aberta na programação pelos cancelamentos.

Sobre a avaliação prévia da infraestrutura do Teatro, anterior à divulgação da programação do Agosto da Alegria, a Fundação José Augusto respondeu que a decisão foi tomada com base em questões técnicas, mas não citou por quem foi determinada.

A secretária extraordinária de Cultura, Isaura Rosado, foi procurada pelo G1, mas não atendeu ou retornou às tentativas de contato telefônico.

O G1 também entrou em contato com o diretor do espetáculo Chuva de Balas no País de Mossoró, João Marcelino. Por telefone, ele explicou: "As únicas exigências que fiz para esta apresentação foram de que todo o espetáculo teria que ser reensaiado, o palco deveria ter as mesmas dimensões do original. Não coube a mim a decisão de cancelar a apresentação", argumentou.


Foto  do endereço: http://francilenogois.blogspot.com.br
Chuva de Balas

O Chuva de Balas no País de Mossoró é originalmente apresentado na cidade de Mossoró dentro das festividades do "Mossoró Cidade Junina", que ocorrem no mês de junho. Esta seria a primeira vez, desde que foi criado há onze anos, que o espetáculo seria apresentado em Natal.

Apresentado no adro da Capela de São Vicente, em Mossoró, a encenação conta com 70 atores e bailarinos e um palco com 22 metros de comprimento, 1,5 metro de altura, 18 metros de profundidade, desníveis, rampas e alçapões para os efeitos especiais.




Foto retirada do endereço: http://www.cardososilva.com.br

Auto de Sant'Ana

Já o "Auto de Sant'Ana, é apresentado dentro das festividades de Sant'Ana, no município potiguar de Caicó, na região Seridó. Esta seria, também, a primeira vez que o espetáculo seria encenado em Natal.






Postado no Blog do Maguila Torguato
Via: artevivasantacruz.blogspot.com.br
Gavião - Símbolo maior da cultura umarizalense - Escambo 2008
A palavra Artista pode designar qualquer pessoa que dedique a vida ou algum tempo à arte. A arte pode ser qualquer coisa que você faça com muito amor e dedicação, como pintar um quadro, ou atuar em uma peça de teatro.

Muitas coisas na vida podem ser consideradas arte, como por exemplo, a arte de viver. Sim, viver. A vida é uma luta constante onde passamos por altos e baixos, mas quase sempre saímos triunfantes.

O dia 24 de agosto foi escolhido para homenagear essas pessoas que fazem de pequenos gestos um modo de vida. E não estou falando apenas daqueles grandes pintores famosos, ou os atores mais famosos de Hollywood.

Esse mundo da arte engloba todos que se dedicam à ela, como os artistas de rua, que com uma maquiagem e alguns acessórios tentam viver dessa, que nem sempre é uma fonte de dinheiro muito garantida.


Nós que fazemos a Cia. Arte e Riso parabenizamos todos os artistas do Brasil, principalmente nossos amigos do Movimento Escambo, de vários encontros pelo país e claro os da nossa querida Umarizal, atores, palhaços, malabaristas, capoeiristas, escritores, poetas, cordelistas, repentistas, desenhistas, pintores, artistas plásticos, escultores, artesãos, músicos, cantores, compositores, dançarinos, coreógrafos, figurinistas, contadores de “causos”(histórias), brincantes e todos que valorizam tais manifestações artísticas.

Umarizal tem uma grande variedade de blogs que tratam dos mais variados assuntos e opiniões. Política, policial, variedades, religião, sociais, de opiniões, famosos, esporte, cultura, festas, downloads, educacionais, de informações gerais e muito mais. Fique informado. Visite os blogs. É a nossa Umarizal na rede mundial.



Uzl Em Fotos
http://uzlemfotos.blogspot.com.br

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Paróquia de Umarizal
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Blog da quadrilha Encanto do Nordeste
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Uzl Em Fotos

Sonho Beija-Flor

Imagem da internet - Foto: beija-flor, site: caiman.com.br/livro-de-visitas/


Um dourado e pequeno beija-flor
Acordou-me beijando o coração,
Minha flor despertou de comoção
Sobre a forma sensível do amor.

O meu peito sentiu o esplendor,
Do sutil colibri da doação,
Dando beijos na flor da paixão
Que meu sonho sentiu todo o sabor.

Eu senti o beijar do cuitelinho
No sensível tocar bem de mansinho
Penetrando no cálice do meu peito.

Os orvalhos do bico pequenino
Escorreram com toque cristalino
Sobre a flor do sonho bem perfeito.

Do: agroecologianews12.blogspot.com.br
FOLCLORE - Palavra de origem Inglesa
FOLCK = POVO
LORE = CIÊNCIA
LOGO = Ciência do povo


Foto retitada do blog: quiosqueazul.blogspot.com
Criação da data


O Congresso Nacional Brasileiro, oficializou em 1965 que todo dia 22 de agosto seria destinado à comemoração do folclore brasileiro. Foi criado assim o Dia do Folclore Nacional. Foi uma forma de valorizar as histórias e personagens do folclore brasileiro. Desta forma, a cultura popular ganhou mais importância no mundo cultural brasileiro e mais uma forma de ser preservada. O dia 22 de agosto é importante também, pois possibilita a passagem da cultura folclórica nacional de geração para geração.

Comemoração

O Dia 22 de agosto é marcado por várias comemorações em todo território nacional. Nas escolas e centrou culturais são realizadas atividades diversas cujo objetivo principal é passar a diante a riqueza cultural de nosso folclore. Os jovens fazem pesquisas, trabalhos e apresentações, destacando os contos folclóricos e seus principais personagens. É o momento de contarmos e ouvirmos as histórias do Saci-Pererê, Mula-sem-cabeça, Curupira, Boto, Boitatá, etc.


Nesta data, também são valorizadas e praticadas as danças, brincadeiras e festas folclóricas.


O que é?

No folclore, encontra-se as raízes de um povo. É o conjunto de tradições, conhecimentos e crenças populares expressas em provérbios, costumes, lendas, festas, canções e danças. etc....


Considera-se fato folclórico toda maneira de sentir, pensar e agir que constitui uma expressão de experiência peculiar de vida de uma coletividade humana integrada numa sociedade civilizada. No Brasil em cada lugar, o povo canta, dança, e contam as suas histórias que remontam de um passado glorioso. Existem os mitos, as lendas, as festas, as músicas e as danças folclóricas.


MITOS, LENDAS COMO AS DE SACI PERERÊ E MULA SEM CABEÇA, ADIVINHAÇÕES/ CHARADAS, CANTIGAS, PARLENDAS, BRINCADEIRAS, E ATÉ FRASES DE PÁRA-CHOQUE DE CAMINHÃO SÃO CONSIDERADOS FOLCLORE.


Principais Autos e Danças Folclóricas no RN


Foto - Boi Calemba e Boi de Reis - Lenilton Lima

Boi de Reis


É o tradicional Bumba Boi. Joaquim Augusto da Silva, conhecido como Joaquim Basileu, é o Mestre, Amo do Boi de Reis de Natal. Natural de Monte Alegre, descendente de uma família que sempre brincou "Os Reis". Aos quatorze anos era galante e aos vinte, "Mestre de Reis". A primeira apresentação do ano é realizada diante de uma igreja para que todos os brincantes sejam abençoados por Deus. A seguir, apresentam-se em palanques ou residências, quando são chamados.

Boi Calemba

Pertence ao ciclo natalino. Folguedo de praia e sertão, com auditórios certos, entusiásticos e fiéis. Não há modelo fixo para o Auto.



Imagem da internet - Dança Folclorica Potiguar Fandango
 Fandango

A grande influência Portuguesa pode ser sentida nos passos das danças e expressões contidas nas Jornadas. O enredo desse evento grita em torno de um navio perdido no mar por 7 anos e um dia, correndo a tripulação perigo de incêndio, calmaria e tempestade.




Imagem da internet - Dança Folclorica Potiguar Congos
Congos

Auto de inspiração africana, conta uma luta entre dois soberanos negros: a rainha Ginga e o rei Henrique Cariongo. Os congos de calçola apresentam uma trajetória rítmica Africana de Angola. Os congos do estado têm como motivo comum a representação da Rainha Ginga, soberana africana. Em Natal se destaca o congo de calçolas da praia de Ponta Negra.





Patoril Dona Joaquina - São Gonçalo do Amarante- RN
 Lapinha e Pastoril



A lapinha ou presépio, dança religiosa, existe no Brasil desde o início da colonização. O elenco é formado por mocinhas que entoam jornadas das mais diversas procedências, em louvor ao Messias. O pastoril, seu primo profano, veio muito depois, no século passado. Cantos, louvações, lôas, entoadas diante do presépio na noite de Natal, aguardando-se a Missa do Galo. O repertório é um misto de cantos religiosos e profanos. Esse Auto simboliza o nascimento de Jesus. Os autos citados eram representados outrora durante as festas do fim do ano e começo do Ano-Novo.



Dança Folclorica Potiguar Caboclinhos - Imagem da internet
Caboclinhos

Representados durante os dias de carnaval, com os integrantes fantasiados de índios estilizados e que já teve outrora seu núcleo dramático, com a morte e ressurreição do filho do cacique. Não se vestem de penas; o ritmo de seus bailados é mais alegre e vibrante, não usam arco e flecha apenas como instrumento de guerra, mas, sobretudo, como instrumento musical, que lhes dá o ritmo para suas danças, realizadas ao som de gaita ou pife, que chamam flauta.



Grupo Araruna da Escola Estadual Paulo Abílio - Umarizal/RN
Araruna



O Araruna, Sociedade de Danças Antigas e Semidesaparecidas, existe em Natal, desde 1956, e representa um repertório coreográfico de danças folclóricas ou folclorizadas. A Sociedade Araruna de Danças Antigas Semi-Desaparecidas criada por Mestre Cornélio Carpina, nasceu como entidade, com estatuto e sede própria. O grupo de danças do Araruna apresenta-se geralmente, com oito a dez pares de dançarinos. Apresentam danças aristocráticas de salão, diversos números, alguns dos quais tipicamente folclóricos, outros, folclorizados. Xote, valsa, polca, são dançados ao lado do “caranguejos”, “bode”, “besouro”, besouro, “araruna”. O acompanhamento das danças é de sanfona e instrumentos de percussão.



Dança  - Coco - de - Roda, ou Coco de Zambê ou Bambelô
 Coco, Bambelô, Maneiro-Pau

São danças de roda em que não há qualquer enredo dramatizado, das quais o publico pode participar, já que não é exigida uma indumentária padronizada, ao contrário dos autos. O coco-de-roda e o coco de zambê, o bambelô, ainda hoje existe em algumas praias.



Imagem da internet - Dança Folclorica Potiguar Maneiro-Pau

O maneiro-pau é característico da região serrana do alto oeste do Rio Grande do Norte. Samba, côco de roda, danças em círculo cantadas e acompanhadas de instrumentos de percussão (batuque), fazendo os bailarinos, no máximo de 02, figurarem no centro da roda.







Imagem da internet - Foto divulgação - Capelinha de Melão



Bandeirinhas e Capelinha-de-Melão

Danças características do ciclo junino. As pastoras cantam jornadas em louvor a São João Batista.









     
Espontão - Festa dos Negros do Rosário - Jardim do Seridó/RN
Espontão

Dança característica da festa dos negros, na região do Seridó, durante a coroação de reis e rainhas, na Festa de Nossa Senhora do Rosário, em Caicó, Parelhas e Jardim do Seridó. É privativa dos homens e se assemelha a um bailado guerreiro.




Grupo folclórico Estrela do Bom Lugar - Severiano Melo/RN
 Malhação de Judas



A dança folclórica Malhação de Judas criada no século passado com o intuito de Malhar Judas no período da Semana santa.

A indumentária do grupo é composta de um macacão de tiras, mascaras, lenços e tênis. O fato de dançarem mascarados é proposital a historia religiosa onde Judas trai o mestre Jesus Cristo, então eles sacrificam o personagem Judas, mascarados numa forma de vingar o que ele fez.


Fontes de pesquisas: textos e fotos:  
• www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/dia_folclore.htm
• Cultura do RN
• Blog: blogmcris.blogspot.com.br
• Deífilo Gurgel/Anuário de Natal – Continuaremos com outras Danças e Manifestações Culturais.
• Blog Natl de ontem!
• Blog do Movimento Escambo – Foto Junio Santos
• Blog Dança Folclórica
• Site: www.rn.gov.com.br
• negrosdorosario.blogspot.com.br
• Blog: sgaemfoco.blogspot.com.br
• malhacaodejudas.blogspot.com.br
• quiosqueazul.blogspot.com
OCUPA NISE - 2º Congresso da Universidade Popular de Arte e Ciência (UPAC) - Evento público  De Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde que aconteceu de 09 de Julho às 09:00 até 31 de Julho às 21:00.
A Cia. Arte e Riso esteve representada no OCUPA NISE com o Palhaço, ator, e poeta Emanuel Coringa.
Veja imagens e leia relatos de companheiros do Movimento Escambo que estiveram no encontro.


Ato cenopoético - manifestação síntese do Ocupa-Nise - II Congresso da UPAC-RJ. Abertura do V Encontro Nacional de Educação Popular e Saúde - ENEPS - Concha Acústica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro-UERJ - 31 de julho de 2012.
Por Ray Lima

Nunca vi, vivi tanta ciência, educação popular, arte, amorosidade, humanização, produção de saúde, alegria, criatividade, fé, liberdade, afetividade incondicional, espontaneidade, vontade coletiva, expressividade, intuição, humanidade, etc. tudo isso junto e ao mesmo tempo. Uma polifonia de existência, resistência e saber.

Desde o dia 09 de julho que estamos acampados, ou melhor, hospedados no Hotel da Loucura, no terceiro andar, um espaço adaptado de antigas enfermarias desativadas do hospital psiquiátrico Nise da Silveira. Trata-se do II Congresso da Universidade Popular de Arte e Ciência - UPAC que este ano acontece dentro de um hospital. Aqui nos misturamos com os "clientes" como Nise gostava de chamar as pessoas que são trazidas para cá em busca de tratamento, amparo e cuidado. Antes da Dra. Nise da Silveira reinavam o eletrochoque, a lobotomia e outras soluções tanto quanto brutas, violentas. Hoje sentimos que, embora com os avanços provocados pela ação corajosa e amorosa daquela mulher alagoana e nordestina a partir da arte e da ciência, muito tem a ser feito em termos de conduta médica e de aprofundamento da pesquisa e da prática da arte em processos de cura, de reanimação do ser para a retomada de sua dignidade como ser humano autônomo, liberto e senhor de si. Dra. Nise demonstrou que isso é possível por meio da criação artística, principalmente da pintura e também da terapia com animais. E nós, a partir do teatro, da cenopoesia, da dança, da música, das manifestações e celebrações criativas e alegres, em 15 dias de residência e resistência, convivendo com tantas pessoas maravilhosas, sensíveis, sofridas, mas extremamente inteligentes e capazes de se relacionar com o outro com uma sinceridade que nas relações sociais lá fora é muito raro encontrarmos. É assim, fazendo arte, comendo, aprendendo e vivendo juntos, até porque alguns deles e delas passaram a dormir no Hotel da Loucura conosco, portanto é desse modo que vamos desvendando os mistérios das relações humanas, dos desequilíbrios que a sociedade gera em nossos corpos e almas e depois nos expurga, nos afasta do convívio coletivo, nos atrancafiando nas redomas da solidão, do desprezo e da violência. Hoje não mais do eletrochoque e da lobotomia, mas ainda da chamada "camisa-de-força química" e do descuido, de sutis maus-tratos físicos e anímicos. Pelos depoimentos emocionados de cuidadores e clientes, pela nossa emoção, pela mudança sentida também em nós esse congresso representa um passo fundamental adiante em relação aquilo que Nise da Silveira iniciou nos 40 do século passado.

O jovem artecientista Vitor Pordeus através da UPAC e do Núcleo de Arte e Ciência da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro nos provoca e aponta caminhos. Por aqui já passaram José Pacheco da Escola da Ponte de Portugal, Amir Haddad do Tá na Rua do Rio de Janeiro, Dra.Vera Dantas das Cirandas da Vida-CE, o diretor, encenador, cenopoeta e dramaturgo Júnio Santos do Movimento Escambo Popular Livre de Rua, Dra. Heloísa Helena Costa da Universidade Federal da Bahia e seu filho, o psicólogo Ivan Costa; Além destes os grupos de teatro de rua de São Paulo:Pombas Urbanas, Inventivos e Buraco d'Oráculo; e ainda o músico e compositor Edu Viola e sua companheira educadora e cantora Lu Calheiros. Do Ceará: Pintou Melodia na Poesia; Cirandas de Arte, Aprendizagens, Pesquisa e Cuidado; as Cirandas da Vida; e o Templo da Poesia. De Sergipe: duas representantes do MOPS/ANEPS das práticas integrativas e populares de Cuidado de Aracaju; do Pará os estudantes de medicina e da Trupe da Pro-cura, Vitor Nino, Bruno Brabo e Bruno Passos; de Florianópolis a cuidadora e Homeopata Dra.Haydê Haviaras; do Rio o Cantor Ney Matogrosso; Mãe Tânia, Leo e Gabriela Haviaras do grupo Tupi NagÔ, e os agentes culturais de Saúde; o pesquisador da Fiocruz e palhaço Matraca; o dentista, gestor de saúde e músico Gert Wimmmer, entre outros; do Rio Grande do Norte, o Xamã e Pajé, Amauri Gurgel, o Bando La Trupe de Natal, representado por Filippo Rodrigo, e o Cervantes do Brasil de Macau. Do Nise da Silveira, Dra. Gladis coordenadora do Museu do Inconsciente, o diretor do Instituto Nise da Silveira, o ponto de cultura Loucura Suburbana. E por fim: Reginaldo ou dependendo da ocasião e do dia pode ser nosso Rei Naná ou nossa Rainha Judith; o Pelézinho, cantor, compositor e rei das embaixadinhas; Rogerinha, cantora de rap e samba maravilhosa; Roque, intérprete incrível de Roberto Carlos e ator; Odacir, cantor de samba canção e de raiz; Gadu, o Grande Arquiteto do Universo, de uma cultura literária invejável, canta Chico e recita Vinícius. Rogerinho, o nosso passarinho beija-flor, de uma singeleza, delicadeza absoluta e encatadora; Jeane Cardoso, Rita, Ritinha, Enoque, Janice, Flávia, Patrícia Marinho, Wagner, Miriam das empadas, Jorge, entre tantos outros e outras que não caberia nesta lista de homens e mulheres doidos e doidas para viver e ganhar um espaço para expressar suas dores, sonhos e esperanças. Aqui nasceu uma nova visão de saúde mental e o museu do inconsciente. Agora é dado um outro passo importante rumo a uma base de formação e de práticas substanciais em arte e ciência.

Estou espantando com tudo isso. Vida que segue sob o ritmo alegre e aprendente do Ocupa Nise e do Congresso da UPAC.

Seguem dois poemas de um cliente do Nise da Silveira:

De uma triste enfermaria
eu vi nascer luz cor e alegria
De um lugar de pessoas presas em grilhões
eu escutei o clamor de muitos corações
e vi todos envoltos em paz e serenidade
e vi que valia a pena lutar por alguma verdade.

Luciano Soares Côrtes
OCUPA NISE - Hotel da Loucura
Rio, 20 de julho de 2012

E cada momento
eu viverei intensamente
o passado ficou marcado
este já não posso modificar

E cada momento presente
eu ficarei bem contente
com alegria
em cada amanhecer
pois viver é o que me apraz

Sempre bem viver um pouco a cada dia

Luciano Soares Côrtes
Rio, 16 de julho de 2012
OCUPA NISE - Hotel da Loucura

Por Jadiel Lima

Sem culto à culpa Ocupa Nise

Texto Sobre a experiência no II Congresso da Universidade Popular de Arte e Ciência. - do que vivi, do que aprendi e do que me contaram.

 
Durante 21 dias, e alguns mais, o Ocupa Nise reuniu artistas, cientistas, curadores, cidadãos e alguns bichos transeuntes – enfim, loucos para saudar a expressividade e a própria Loucura, homenageando e aprendendo com os ensinamentos de Spinoza, Nise da Silveira, Nelson Vaz, Amir Haddad e outras(os) educadoras(es) da cultura e da arte popular.

Internos em um plasma às vezes leve, às vezes denso, experimentamos o prazer de nos surpreender a cada momento, por cada momento de sensibilidade que nos embelezava. Neste clima, o hospital psiquiátrico Dom Pedro II – no bairro de Engenho de Dentro (pra fora), Rio de Janeiro – recebeu experiências e relatos vindos de todos os cantos, práticas corporais, plásticas, sonoras e espirituais, momentos de cuidado e de cura.

Não haveria como sair de lá intacto, sem toques, sem ranhuras, sem se cortar, sem provocações internas ou à flor dos tatos. Avisava Ray Lima: “Estamos mexendo em cacho de marimbondo”. Assim, as manifestações foram aparecendo, como um enxame ou a maré que vem enchendo até transbordar.

No começo de mansinho, alguns calados, alguns já com empolgação, os protagonistas do espetáculo-terapia-festa-novela começaram a contar quem são, de onde vieram, as marcas do cotidiano e de um outro mundo – mágico, surreal, que os rodeia e que se faz presente, mareando aquele local. São os atores-personagens principais sem nem estrelar numa megaprodução fantástica de Hollywood ou numa falsa realidade como a do Big Brother. Não precisam. Eles são as estrelas de suas próprias vidas. De suas luzes traduzem, como singelas e grandiosas oferendas, as poesias, composições, cantorias, danças, pinturas, o humor, o amor. Vão modificando suas caricaturas, desconstruindo e reconstruindo o espaço e as energias como artesãos. Grandes Arquitetos do Universo, Gadú! O imenso mar que nos apresentaram, esses mergulhadores, nadadores e pescadores geniais, mareia agora nossas vidas!

(Poeta, cantor e ator Gadú segurando a bandeira brasileira em cortejo pelas ruas de Engenho de Dentro - Rio de Janeiro. Foto: Júnio Santos)
Nós fomos pra chuva! E dançamos para ela, que nos banhou, amoleceu os recantos ainda rígidos do nosso corpo, da nossa mente; lavando a sujeira acumulada de anos: lixo orgânico, lixo industrial, lixo hospitalar, lixo nuclear, lixo visual, lixo sonoro, lixo intraorgânico, lixo mental – dos quais ainda não nos livramos, também porque é uma terapia, uma luta pra ser travada um dia após o outro.

A cura é árdua e às vezes dolorosa. Ficar abstinente do individualismo, das mentiras do conformismo me deixou com o ego, a alma e as carnes à mostra. Cada apelo por carinho e cuidado, cada palavra sincera, cada olhar vai nos perfurando, extraindo, gota por gota, o veneno que nos seca. Vamos religando nossa sensibilidade.

Agora olhamos as pessoas na rua e enxergamos todas as suas loucuras, no grau em que as mostram conscientemente ou não. Chegamos a uma malha onde não mais impera o objetivo fajuto, cerceado pelo subliminar malicioso e triste.

Desatamos nós por nós, até que nossa rede livre fez encontrar em nossa arte, em nosso teatro, em nossa vida, o objetivo e o subjetivo. E é tão bonito quando entendemos também a subjetividade, quando tornamos claras as nossas linguagens.

(O arte-cientista Vitor Pordeus e o poeta João Roque desatam nós em vivência no Hotel da Loucura)
Não precisamos mais estar certos. O campo que escolhemos adentrar, porque muito novo e inovador, é recheado de incertezas. A nossa clareza tem de ser livre da certeza cartesiana recriminadora, opressora, anti-diversificadora. No mundo certinho, é esta a certeza que domina: às vezes rígida como uma parede de aço; às vezes flexibilíssima, como quando se pode vender e comprar a verdade.

Ter clareza não é ter certeza. É a partir da incerteza, da dúvida, que construímos a coragem e o compromisso plenos, a disposição de lidar com a obscuridade e os devaneios. Precisamos então ter clareza do que queremos, do que compreendemos e do que ainda não, de quando entrar ou do que fazer quando entrar ou se não entrar em cena, das nossas escolhas.

Muito inquietante o que está se construindo, não? Mas não podemos nos aperrear. Como Vitor Pordeus me alerta: “Não é pra enlouquecer”, não pela ansiedade e pelo escândalo. Nosso grito não é grito de guerra. Não queiramos travar uma nova guerra. Muitos dos que estão afora esperam por isso, se preparando para vender mais armas no seu podre mercado.

Sem gritos, pra poder ouvir todo mundo e atrair quem se diz estar externo. Ou se gritarmos, que nosso grito seja como um murmúrio, um afago!:

“Escuta, escuta
O outro, a outra já vem
Escuta, acolhe
Cuidar do outro faz bem”.
(Ray Lima)


(Priscila lê um poema no Hotel da Loucura - II Congresso da UPAC-OCUPA NISE)
Por passar momentos tão intensos de transformação, de criação, de filosofia-ação, de místicas que não conhecia, não me sinto reabilitado. Pois a questão não é estar apto para se integrar novamente e ser aceitado no “mundo dos normais” – o mundo capitalista, que faz com que arregalemos nossos olhos para um cardápio de espantos, que desvenda os mistérios, a profundeza e os segredos das coisas, dos sentimentos, até nos tornarmos contempladores estáticos, consumidores manipulados e manipuladores, encarcerados e torturadores.

A terapia ocupacional que começa a se desenvolver não tem relação com a simples reabilitação. Ela dialoga com a construção de outro sentido para o mundo, ou mesmo outro universo: é a medicina/ciência/modo de vida que permitir que cada um descubra e transforme suas realidades, suas essências e se comunique, sem preconceitos, com as do outro. É a revolução que cada um se propõe a fazer em si e que constrói, a partir da expressividade dessa mudança, a revolução coletiva.

A luta que aqui se trava não se firma em enfrentar inimigos, não se contenta em buscar as culpas e as desculpas. “Desculpa cú”, como me diz uma amiga. A luta está em não haver culpa nenhuma e sim em que eu mesmo tenho um problema pra resolver, um compromisso para cumprir, caminhos inteiros a seguir, milhares de escolhas a fazer. E tudo isso em uma vida apenas. E uma vida que não acaba.

Que sejamos mais livres e que descubramos onde em nós essa liberdade ainda não foi conquistada, buscando aprendê-la logo em seguida. Que mergulhemos fundo no oceano que nos foi apresentado e no qual muitos já viviam. Que subamos um pouco à superfície, quando precisarmos respirar, olhar pro céu e mergulhemos de novo. Que estejamos dispostos, mesmo que nunca prontos, a receber, se comunicar e respeitar o outro, quem quer que seja, de maneira incondicional. Que sejamos incondicionalíssimos.

Gratidão a todos, por tudo!

“Nós podemos ir até onde nós quisermos” – Judith (entidade Naná, Rei Reginaldo e gerente do Hotel da Loucura).

(Dona Judith, Naná ou Reginaldo, nosso grande mestre da malangragem - II Congresso da UPAC-OCUPA NISE)
Algumas imagens do OCUPA NISE


II CONGRESSO DA UPAC - OCUPA NISE. O cantor Ney Matogrosso e o rei Naná que desde 1944 vive no hospital psiquiátrico Nise da Silveira. Foto de Júnio Santos.


OCUPA NISE - II CONGRESSO DA UPAC- Praça Ney Matogrosso - Hospital Psiquiátrico Nise da Silveira


Da esquerqda para a direita: o cantor e rei das embaixadinhas, Pelézinho; Dra. Vera Dantas, das Cirandas da Vida e das Cirandas de Arte, Aprendizagens Pesquisa e Cuidado; o artecientista, imunologista e pesquisador prof. Nelson Vaz; Ray Lima; e o pajé Amauri Gurgel. Pouco antes do Ato Cenopoético - Manifestação Livre Síntese do II Congresso da UPAC-OCUPA NISE
 
Lu Calheiros, Edu Viola e Vera Dantas na subida para o encerramento do Congresso Brasileiro de Medicina, Família e Comunidade com Ato Cenopoético - Manifestação Síntese do OCUPA NISE. Petrópolis-RJ
 
Da direita para a esquerda: o mestre do teatro de rua, dramaturgo e cenopoeta Júnio Santos; a atriz Gabriela Haviaras; o cenopoeta, músico e encenador Filippo Rodrigo; e o poeta-ator Milton Freire.
 
No centro com o pandeiro Jadiel Lima, à frente Vitor Pordeus e mais atrás Verinha Dantas e Ray Lima
 
Abertura do V ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE - CONCHA ACÚSTICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
Créditos:
Ray Lima e Jadiel Lima;
Fontes de pesquisa (textos, poesias e fotos):
jadielblogdele.blogspot.com.br
wwwcenopoesiadobrasil.blogspot.com.br

Em breve novos depoimentos do OCUPA NISE
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