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| Foto, edição e texto; Junio Santos - Região Seridó potiguar |
Por Junio Santos
Que o sertão é seco, todos estão
cansados de saber. Que o sertanejo é um forte já é palavra corrente na
literatura. Mas viver de verdade no sertão é uma experiência mágica e única. Só
aqui aprendemos sobre o céu sem a fantasia das religiões. Só aqui passamos a
valorizar cada gota d'água. Só aqui "mangamos" dos lugares que na
primeira seca já enxergam o fim do mundo e que a imprensa notícia como se fosse
um fato único. Aqui pra chover é preciso juntar muitas lágrimas de sertanejas.
Com muitas rezas, preces e sobretudo desejo de fazer a chuva de baixo atrair a
chuva de cima.
Nessa secura, culpa exclusiva de
poucos gananciosos que fazem riqueza em detrimento da pobreza de muitos outros,
derrubando árvores, queimando tijolos e telhas sem filtragens, desviando rios e
águas pra reservatórios particulares, apoiando, elegendo e mantendo no poder
políticos corruptos que protegem a destruição do sertão, o sertanejo mais
queimado que forte respira vida quando olha pra cima e ver suas lágrimas
voltarem pra terra em forma de água.
Isso é triste. Muito triste. Mais
é a verdade que se aprende na poética seca do sertão que alimenta e enriquece
corruptos na indústria da seca patrocinada pelos poderosos do poder.
Até quando???
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