Espetáculo “Meu Nome é Zé” é destaque na mídia janduiense


Cena do espetáculo "Meu Nome é Zé" - Foto: Arthur Rodrigues - 43 Escambo - Janduís/RN
Nos dias 22, 23 e 24 de abril a Cia. Arte e Riso esteve na cidade de Janduís/RN participando do 43º encontro do Movimento Escambo Livre de Rua e 23º aniversário da Cia. Cultural Ciranduís. O encontro contou com oficinas, plenárias, cortejos pelas ruas da cidade e várias apresentações de grupos do RN, CE e RJ.


A Cia. Arte e Riso contribuiu para o Escambo com a oficina de Capoeira Nacional - Origem Angola, participação nas discussões do próximo encontro e nos cortejos, colaborando no espetáculo “Mamãe, Eu Quero Ser!” do Grupo Caras Caraíbas de Umarizal/RN e apresentação de dois espetáculos. Sexta feira 22, “O Maníaco do Prato” na cidade de Campo Grande/RN e sábado 23, “O Meu Nome é Zé” em Janduís/RN. 

Cena do espetáculo "Meu Nome é Zé" - Foto: Arthur Rodrigues - 43 Escambo - Janduís/RN
O espetáculo “O Meu Nome é Zé” foi bastante esperado e aplaudido por todos presentes na noite de sábado, e chamou atenção do blog local desAMORES comandado por Bárbara Bezerra e Michely Pereira, que nos presenteou fazendo uma linda homenagem com suas palavras, relatando com maestria os sentimentos deixados pela Arte e Riso ao fim da apresentação. 

Confira a matéria do Blog desAMORES:

APR
26


Personagem Zè, o Bêbado - Foto Arthur Rodrigues

"Durante os dias 21 a 24 desse mês ocorreram em nossa cidade o 43º Escambo Popular Livre de Rua e o Escambito Raízes. O evento trouxe arte, poesia e riso para as ruas e as vidas de todos que foram prestigiar. Em um misto de palhaços, cordelistas, dançarinos, cantores e atores um espetáculo nos chamou atenção. Não somente pela qualidade da encenação - que podemos afirmar que foi uma das melhores peças que já assistimos - mas principalmente pela crítica escancarada que ele trás.

Meu Nome é Zé (Foto: Arthur Rodrigues)
MEU NOME É ZÉ encenado pela Cia. Arte e Riso da cidade de Umarizal-RN, é um espetáculo que dá gosto em assistir. Figurino perfeito, personagens muito bem caracterizados tornando a fala quase indispensável para a identificação dos mesmos. O bêbado e a velha ranzinza não deixam dúvidas de quem eles realmente são. Os recursos sonoplásticos são muito bem explorados, do violão ao pandeiro misturando-se aos ruídos de panelas velhas riscadas no chão e os latidos uivantes dos cachorros de Zé. A caracterização do cenário, os tamboretes pintados com desenhos de casas dando representação das vielas; a privada usada como urna eletrônica. Tudo contribuiu para embelezar o espetáculo e prender a atenção da plateia. A verdade em cada gesto e texto falado fez com que cada palavra fosse ouvida e entendida por nós, e poderíamos afirmar que por todos que ali estavam. 

MEU NOME É ZÉ não nos chamou a atenção tão somente pela qualidade técnica, mas pelo conteúdo forte que o enredo apresenta e tanto fascina essas duas blogueiras que vos escrevem: A política.  A história encenada é antiga e, infelizmente, atual. Conta àquela velha história que ocorre em quatro e quatro anos e não é a olimpíada, copa do mundo, ano bissexto ou coisa e tal. É aquela velha história que todo mundo já sabe, mas parece que faz questão de tapar os olhos, os ouvidos e a boca: a disputada política pela administração pública. No MEU NOME É ZÉ um Zé qualquer tenta concorrer ao pleito eleitoral contra um sicrano que você geralmente só vai se lembrar do sobrenome. E em meio de tantas falas que fazem com que o público reflita sobre as consequências do seu voto, os ganhos e as perdas à sociedade, uma em especial chamou nossa atenção:

“O analfabeto político é aquele que bate no peito e diz, eu tenho nojo de política”

Essa frase sempre fez parte das nossas conversas sobre política e há algum tempo que a gente vem querendo escrever sobre tal. Essa frase é bastante comum e sempre nos perguntamos por que as pessoas têm nojo de política se é através dela que a sociedade se articula, funciona? Talvez, por que elas não sabem o que é política e só a associa com as politicagens que todo mundo já está cansado em ver. Mas o que o povo não sabe, e que MEU NOME É ZÉ enfatiza de forma tão clara e objetiva, é que esse suposto nojo faz com que o eleitor faça mau uso do voto, que é uma das armas que temos para tentar mudar e melhorar nosso bairro, nossa cidade e nosso país. É através desse nojo que muitos eleitores declaram ter que os maus políticos se aproveitam para fazerem suas politicagens. O eleitorado que declara ter nojo de política acaba não dando importância ao voto e quando não votam em branco acabam trocando o voto por um milheiro de tijolos – como é mostrado na peça. É muito mais fácil comprar um voto de alguém que tem nojo de política do que de um eleitor que sabe a importância da política, que sabe que uma escolha criteriosa muda tudo!

Uma vez que se tem nojo da política se cria uma ilusão de independência, de afastamento e falta de interesse por ela. Para o analfabeto político ele não precisa da política e acha que os políticos não influenciam sua vida. Ele esquece que os políticos são responsáveis por administrar a saúde, a educação, o transporte, as estradas segurança e tantas outras coisas que afetam diretamente a vida de todos. Muitos acham que só quem depende dos políticos são os funcionários públicos e os cargos comissionados e não se lembram de que quando a prefeitura atrasa os pagamentos o comercio também é afetado. Que quando as estradas estão em péssimas condições todo mundo sofre, seja com os acidentes provocados pelos buracos ou pelo aumento no preço dos alimentos, reflexo também da falta de manutenção das estradas. Então, ao menos que você seja um alienígena de outra galáxia infiltrado aqui na terra, SIM você depende da política tanto quando qualquer outro terráqueo.

Quando o nojo pela política for trocado por conhecimento da política, talvez os muitos Zés possam, quando eleito democraticamente, governar prefeituras e estados. Talvez a oligarquia que predomina nosso querido e sofrido estado acabe. Quando política for matéria de escola e o analfabetismo político for inexistente, o mundo com certeza será melhor. Mas enquanto o analfabetismo político ainda é realidade, espetáculos como MEU NOME É ZÉ vão levando conhecimento para esse povão que tanto depende da política, mas que tão pouco compreende sobre ela, apesar de sofrer as consequências diretamente de uma má gestão pública.

Em um momento em que a política tem sido tão debatida em nosso país, com pessoas buscando informações, tentando entender o atual momento em que estamos vivendo, MEU NOME É ZÉ não poderia vir em um melhor momento para vermos que o problema e a solução estão bem mais próximo do que pensamos. Que todos nós contribuímos para qualquer processo político. Uma forma gritante tão bem desenvolvida para mostrar que podemos sim mudar essa situação. Tudo depende de nós!

Político corrupto, Meu Nome é Zé (Foto: Arthur Rodrigues)
Deixamos aqui nosso muito obrigada a todos que fazem parte da Cia. Art e Riso por trazer para nossa e outras cidades, através do espetáculo MEU NOME É ZÉ, a reflexão sobre o poder do voto. Saber que foi plantada uma sementinha em cada cabeça de eleitores e de futuros eleitores que estavam presentes, nos causa uma alegria muito grande.  Nos faz crê em uma sociedade sem políticos corruptos que só pensam no próprio bem estar e de suas famílias. Nos faz acreditar na criação de políticas que valorizem o voto. Que mostrem, na prática, que cidadania não tem preço."

"Se você assistiu à peça ou tem algo pra dizer sobre a política, deixe sua opinião nos comentários.  Vamos enriquecer o mundo com mais conhecimento."

"FICHA TECNICA MEU NOME É ZÉ:

TEXTO Joelson de Souto
DIRETOR Emanuel Coringa
ATORES Emanuel Coringa, Gârdenia Lopes, Jardeu Amorim, Joelson de Souto, Leonardo Alves, Victor Miranda, Widenny Duarte, Deyves Augusto e Dhiego Moura.
MUSICALIZAÇÃO Joelson de Souto, Diego Moura e Deyvids Augusto
CANÇÕES Joelson de Souto, Junho Santos e Ray Lima
FIGURINO Cleydson Catarina
CONCEPÇÃO CENOGRAFICA Cia. Art e Riso e Cleydson Catarina."

"NOTAS
Obrigada a Artur Rodrigues por ter nos cedido as fotografias, que alias estão lindas. Parabéns!

Obrigada a nosso amigo e integrante da Cia. Ciraduís, Willi Kesle, que nos ajudou com as fotos e informações sobre a Cia. Art e Riso.

Parabenizar a Cia. Ciranduís por seus 23 anos trazendo arte para nossa cidade com espetáculos e eventos que nos enchem de alegria e reflexões. Obrigada a todos que fizeram e fazem parte da Cia. E um parabéns especial para o Escambo, a gente percebe quando algo é feito com amor e prazer. Foi lindo de ver tanta arte espalhada pelas ruas e praças. Ah, o Escambar estava massa."

Nota do Blog da Cia. Arte e Riso

Bárbara Bezerra e Michely Pereira confirmam a força que as Artes carregam e a importância que elas representam para nossas comunidades. Nós agradecemos ao Blog desamores - http://blogdesamores.blogspot.com.br/ pelas palavras, isso nos faz a cada dia mais querer continuar nessa batalha a favor das Artes Públicas de Rua.

2 comentários:

  • Barberela | 28 de abril de 2016 às 20:48

    Este comentário foi removido pelo autor.
  • Barberela | 28 de abril de 2016 às 20:54

    A gente sempre tem que dizer quando algo é bom, dar o devido valor e principalmente compartilhar as coisa boas. Não tinha como assistir Meu Nome é Zé e não falar pros nossos leitores sobre a peça. Arte e Riso. E é tão verdade que a peça de vocês é tudo que a gente descreve no blog que batemos todos os nossos records de estatística. MEU NOME É ZÉ- ART E CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA é o poster mais visualizado e mais curtido do nosso blog com mais de 500 acessos, o que pra gente é muita coisa mesmo. Obrigada pela nota e continuem fazendo esse belo trabalho de tentar mudar a realidade do nosso povo. Mais uma vez, parabéns para todos da Cia. Art e Riso.

    forte abraço.

    Bárbara

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