Jardeu Amorim participa de uma entrevista com os alunos do Colégio Efetivo


O Colégio Efetivo da cidade de Umarizal promoveu um trabalho chamada "conhecendo os artistas de Umarizal", uma iniciativa do Professor Sergio Rubens,  no qual os alunos do 8° e do 9° ano do ensino fundamental, convidariam um artista para ser entrevistado por eles mesmos na sala de aula. Esse trabalho tem a iniciativa de fazer com que os alunos adquiram um conhecimento maior sobre a arte e o trabalho dos nosso artistas locais, com isso o primeiro grupo de alunos formado por: Alicia, kamile, Marina e Hiluska,  convidaram, nesta sexta-feira dia 24/02, o palhaço, ator, poeta e malabarista Jardeu Amorim da Cia Arte e Riso, ele conversou sobre sua arte, seu trabalho e sobre o arte e riso.

Veja aqui alguns trechos da entrevista:

             Como você começou na arte?

           Comecei na escola, eu e mais dois colegas precisávamos fazer uma dublagem de uma música (O rei do baralho), e ninguém queria fazer o papel da mulher aí eu acabei fazendo. Meu pai sempre tocou viola gostava de literatura de cordel, daí percebi que a coisa tava no sangue. Depois fui estudar na escola Zenon de Souza e comecei a desenvolver trabalhos de palhaço, daí a coisa foi crescendo e ficou no que é hoje.

Como começou o arte e riso?

Começou em 2001. Como eu já fazia alguns trabalhos na escola Zenon de Souza, Emanuel Coringa desenvolvia alguns trabalhos no 11 de Agosto, conhecíamos outras pessoas que brincavam nas suas ruas, nas suas casas. E derrepente surgiu um convite da empresa Carrocerias Vicunha para que nós nos vestíssemos de palhaço para brincarmos com as crianças durante um almoço em comemoração ao natal que a empresa realizava para os funcionários, com isso os representantes da empresa gostaram muito, nós acabamos preferindo ficar com as roupas ao invés do pagamento em dinheiro, e depois disso uma vez por mês nós nos apresentávamos para essa mesma empresa. Mas o grupo começou por acaso não tinha sido nada programado. Daí a pouco criamos um nome entraram mais pessoas e hoje contamos com 16 ou 17 componentes. 

Você acha que seu trabalho leva algum incentivo para as pessoas?

Eu acho que sim, porque nós trabalhamos muito aqui e lá fora, com oficinas de teatro, palhaço, malabares, enfim... e as pessoas cobram isso, que a gente, ou seja, o grupo arte e riso, forme grupos de teatro, de palhaço, e até querem entrar no grupo e participar. Há alguns anos atrás as pessoas ainda viam o nosso trabalho como vagabundagem ou coisa do gênero, hoje após dez anos de trabalho as pessoas estão começando a respeitar mais e hoje em dia as crianças, os adolescentes não tem mais vergonha de dizer que querem ser palhaço, ou que querem fazer teatro. De certa forma, não só o meu trabalho, como o trabalho do grupo incentivou essas pessoas a quererem fazer arte.

Porque vocês pensaram em desistir do Arte e Riso?

Porque o grupo estava muito distante, o grupo não estava se reunindo, muita gente longe, a gente marcava reunião e não aparecia ninguém, estávamos nos estressando muito, tentava se “lavar a roupa suja” e não dava certo, quando nos encontrávamos mal nos falávamos, daí marcamos uma reunião que só foram seis pessoas, em um grupo de quase vinte, aí resolvemos dar um fim, se a coisa está fazendo mal, não tem pra que continuar, porque eu só faço teatro enquanto ele estiver me fazendo bem e eu estava ficando muito estressado, assim como outros do grupo, aí resolvemos parar, E demos a notícia a todos através do nosso blog, aí inúmeras pessoas começaram a ligar, a perguntar por que tinha acabado e tal, pessoas de Umarizal, outros grupos e pessoas de outros lugares, então nós fomos vendo que tínhamos uma importância para as pessoas, e que não era mais assim, acabar com o grupo e pronto, não dava mais pra acabar assim, o arte e riso hoje já é parte da cultura de Umarizal tem uma importância social, então não dava mais pra acabar e pronto a gente devia satisfação ao público, o público sim pode acabar com o arte e riso, mas a gente não, com isso percebemos que não dava mais pra parar, aí nos reunimos, voltamos, choramos e estamos aí até hoje.

Para você Jardeu o que é humor?

Eu poderia dizer que humor é tudo para mim, foi como eu comecei. E hoje eu trabalho com humor, faço um programa na rádio por causa do humor.
O humor é uma ferramenta crítica, você sabendo usar o humor você critica, você fala mal, você deixa algumas mensagens subliminares sem magoar muito, mas deixando aquela mensagem, não só de crítica, mas também uma mensagem positiva. Então vai caber na forma de você colocar, no meu estilo eu coloco muito humor como uma mensagem. Então o humor seria uma forma de abrir a mente, de alertar a nossa sociedade, o nosso interior que é muito fechado principalmente na questão política.

Quanto tempo você esta nessa profissão e quanto tempo pretende durar?

Eu estou no arte e riso há dez anos, e faço teatro a quase dezessete, e eu pretendo permanecer muito tempo ainda, eu me imagino com noventa anos, numa cadeira de rodas, velhinho com um monte de crianças e eu brincando com eles. 

Você acha que mesmo dentro daquelas pessoas ranzinzas, fechadas, existe um palhaço dentro delas?

Eu acho que sim, não é possível que um ser humano, nasça, cresça, reproduza e morra sem dar um sorriso, sem brincar com alguém. Porque ao meu modo de ver todo mundo é palhaço, porque quando a gente brinca, tira uma sátira com alguém, ver alguém fazendo algo e rir, isso é ser um palhaço é ter senso de humor e buscar algo dentro de você para rir de algo, isso é ser um palhaço.

Na Bíblia fala que no futuro vai se extinguir a paz e o mundo estará cheio de guerras, em meio a tudo isso você acha que o palhaço vai sobreviver?

Tem que sobreviver! Porque se no futuro existir mesmo muita guerra, as pessoas vão ter que externar humor dentro de si e amor também. E perante esses problemas tem que haver alguém para levar humor e sorriso para as pessoas.

Vejam mais algumas fotos:















Postado por: Sergio Rubens 

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